O peso da burocracia e a lentidão na administração pública em Moçambique favorecem a corrupção envolvendo o sector privado e constituem um factor de frustração para as pequenas e médias empresas, considera o "Estudo Anticorrupção do Sector Privado Moçambicano".
A pesquisa, realizada pelo Instituto de Directores de Moçambique (IoDmz), que junta gestores de empresas moçambicanas, e pelo Ethics Institute, uma ONG sul-africana que advoga o combate à corrupção, refere que as pequenas e médias empresas moçambicanas acreditam ser inevitável recorrer à corrupção para poderem sobreviver nos negócios.
"Os entrevistados acreditam que muitas empresas se envolvem na corrupção apenas por uma questão de sobrevivência. Tal pode ser para obter acesso aos contratos ou para contornar as multas ou processos reguladores", afirmou Kris Dobie, do Ethics Institute, que apresentou os resultados do estudo.
Com base em inquéritos a 29 empresas e a várias associações patronais moçambicanas, a pesquisa considera que o ambiente fiscal pesado e o facto de o Estado nem sempre reembolsar o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) às empresas empurram os empresários para práticas fora da lei.