O Governo moçambicano e a Renamo anunciaram hoje os pontos de agenda do encontro entre o chefe de Estado e o líder do principal partido de oposição, que incluem a exigência do movimento de governar em seis províncias.
"Os pontos da agenda consensualizados são governação da Renamo nas seis províncias onde ganhou nas últimas eleições em 2014 e temos o ponto sobre a cessação das acções armadas", afirmou José Manteigas, deputado e membro da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), em declarações aos jornalistas, no final da reunião com a delegação do Governo, no âmbito das negociações para o fim do conflito militar no país.
Segundo Manteigas, a agenda do encontro, ainda sem data, entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, inclui ainda a integração dos membros do braço armado do principal partido de oposição nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Polícia da República de Moçambique (PRM) e no Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE).
"Temos um quarto ponto da agenda, que é o desarmamento e a reintegração dos elementos da Renamo, são estes quatro pontos que acordámos consensualmente", acrescentou o deputado da Renamo.
Por seu turno, Jacinto Veloso, membro do Conselho Nacional da Defesa e da delegação do Governo, confirmou o consenso em torno dos pontos de agenda do encontro entre dois dirigentes, mas apontou que persiste uma divergência sobre os termos de referência da reunião.
"Existe uma divergência fundamental. É que o Governo acha que o início do grande caminho para a paz e reconciliação, deve iniciar com o encontro, de alto nível, entre o Presidente da República e o presidente da Renamo", declarou Jacinto Veloso.
O Governo moçambicano e a Renamo retomaram em finais de Maio as negociações em torno da crise política e militar em Moçambique, após o principal partido de oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo alegando falta de progressos.
Moçambique tem conhecido um agravamento da crise política, com as forças dominantes a acusarem-se mutuamente de raptos e assassínios de militantes dos dois lados
As autoridades moçambicanas têm atribuído ao braço armado do principal partido de oposição a autoria de ataques a alvos civis e militares em vários pontos da principal estrada do país.
A Renamo exige governar em seis províncias do centro e norte do país onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, partido no poder, de fraude.
Fonte: LUSA – 09.06.2016
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