Maleiane terá afirmado que 10
barcos da EMATUM estavam a ser reaparelhados por uma empresa sul-africana
Empresa Moçambicana de Atum
(EMATUM) desmentiu o Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, o qual
terá dito que os barcos de pesca da empresa atuneira não respeitavam as
expecificações exigidas pela União Europeia (UE) para poder exportar atum para
aquele bloco económico.
Maleiane, citado na primeira página do diário de Maputo “Notícias” de 23 de
Maio, terá afirmado aos deputados da Assembleia da República que dez dos 24
barcos de pesca da EMATUM estão a ser reaparelhados por uma empresa
Sul-Africana de modo a corresponderem às especificações técnicas exigidas pela
União Europeia para navios de pesca que capturam produtos piscícolas destinados
ao mercado europeu.
“O que a EMATUM nos explicou”, disse Maleiane, citado pela AIM, “é que, para
exportar atum para a Europa, há normas que têm de ser seguidas. Eles enviaram
inspectores para verem os barcos tal como eles estão, e recomendaram adaptações
para cumprir as exigências”.
Primeiro, foi feita uma tentativa para negociar o reaparelhamento dos
barcos com a CMN, o estaleiro no porto francês de Cherbourg que construiu os
barcos, mas, por ser demasiado caro, foi decidido contratar uma empresa
Sul-Africana para fazer as alterações necessárias.
“Os custos envolvidos no reaparelhamento dos navios são elevados, daí que o
trabalho esteja a ser feito por fases”, disse Maleiane. “Neste momento, temos
pronta parte da frota, enquanto que estão a ser mobilizados outros fundos para
pagar o restante”.
Mas a EMATUM veio agora desmentir Maleiane, e colocou um pequeno item no
seu website, em inglês, afirmando que “infelizmente, informações
erradas levaram a declarações do Ministro das Finanças, e depois a artigos de
imprensa enganosos, respeitantes aos padrões de construção das traineiras da
EMATUM”.
A empresa “deseja confirmar a sua máxima satisfação com a qualidade da
frota que foi entregue, bem como com os seus padrões de construção, que
satisfazem plenamente as necessidades operacionais e comerciais da EMATUM”,
acrescenta.
A declaração da EMATUM, que tem apenas 93 palavras, conclui que a empresa
“está actualmente a trabalhar para finalizar todas as licenças das autoridades
relevantes na República de Moçambique de modo a desenvolver as suas actividades
pesqueiras de acordo com os seus planos e objectivos”.
A EMATUM levou 15 dias a responder a um artigo na primeira página do
principal diário do país. E a negação da EMATUM nada diz acerca das alegações
de que os barcos não respeitam as especificações da UE, ou as de que uma
empresa sul-africana está a reequipar os navios.
Fonte: O País – 07.06.2016
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