Desde ontem, dia 4/8, estou
de regresso na minha terra, segunda terra (para quem gosta de numeração), na
Suécia. Uma terra que tanto gosto e me orgulho de tê-la como minha, tal igual é
Moçambique. Nisto não dependo dos que não gostam que um ser humano possa
pertencer a mais de uma terra, um país. Eu sou de muitas terras.
Sou um desterrado desde novo. Quando sai pela primeira vez, ainda muito
pequeno, para viver em Mecutane, em casa da minha irmã, eu já não vivia na
minha terra em Simuria, sobretudo em Nihuve. Não me sentindo como tal, pouco
tempo depois, voltei à casa dos meus pais, à minha terra natal em Nihuve.
Frequentando a terceira-classe, experimentei mais uma vez, a mudar-me para casa
dum meu tio em Mecutane para viver um pouco perto da escola. Apesar dum bom
tratamento que eu gozava para com os meus tios, voltei a Nihuve, minha terra
natal.
Rendi-me para nunca mais sonhar em viver na minha terra natal quando fui
frequentar a quarta-classe na então, Missão de São Pedro do Lúrio-Memba,
actualmente Chipene. De Chipene fui a Namapa para um período de um ano. Ainda
muito novo, estabeleci-me em Nacala-Porto e ali me naturalizei, me confundindo
do distrito de Monapo, onde vivi durante sete anos, sobretudo de Itoculo e
outros até me confundem sendo de Netia. No Itoculo, por exemplo, adoptei a uma
família onde sou membro de pleno directo. No Monapo-Sede, idém.
Nota: Pela recepção, por onde passei, tive e tenho a sorte de pertencer a essas
terras. A única pretensão para exclusão, ouvi como um murmúrio que eu favoricia
na colocação aos de Itoculo, até quando provaram que eu lutava para que todos
os meus alunos tivessem um futuro melhor.
António A.S.Kawaria
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