Os resultados das eleições
municipais mostram que o ANC a obter a maioria dos lugares mas a levarem ao
mesmo tempo uma “reprimenda” nas principais áreas urbanas.
Os resultados eleitorais do
escrutínio de terça-feira mostram que os eleitores sul-africanos se estão a
afastar do Congresso Nacional Africano (ANC), em grande número, e a negarem-lhe
a vitória nos maiores centros urbanos.
O ANC, que lutou pelo fim do
apartheid na Africa do Sul, continuará, contudo, a disfrutar de um maior número
de assentos nos governos locais.
Mas esta eleição deu à Aliança
Democrática (DA) na oposição ganhos decisivos especialmente nas áreas
metropolitanas como Joanesburgo, o centro económico, em Pretória a capital, e
na cidade costeira de Port Elizabeth. A DA já controla a Cidade do Cabo e a
vizinha província do Cabo Ocidental.
Os eleitores estão desmoralizados
com os numerosos escândalos dentro do ANC, as persistentes alegacões de
corrupção que rodeiam o presidente Jacob Zuma, e a recorrente desigualdade e
desemprego que o ANC não resolveu desde que chegou ao poder em 1994.
Susan Booysen professora de governo
na University de Witwatersrand e autora do livro Domínio e Declínio, o ANC na
Presidência de Zuma diz que a eleição local pode ter grande impacto no futuro.
“Tem grandes implicações, penso eu,
para a governação da África do Sul e para os partidos políticos. Pode significar
que pela primeira vez o ANC terá necessidade, forçá-lo a reflectir em como vai
se posicionar para as eleições nacionais e provinciais em 2019.”
Em 2019, a Africa do Sul terá
eleições nacionais, altura em que termina o segundo mandato do presidente Zuma.
Entretanto, a oposição terá
possibilidade de mostrar determinação, mas, diz Booysen, continuará a estar
debaixo da batuta do ANC.,
“É inevitável que em algumas cidades
haja governos de coligação, onde os Combatentes da Liberdade Económica e a
Aliança Democrática são a segunda forca politica a seguir ao ANC.”
Mas é claro que foi dado um aviso ao
partido no poder e que muitos críticos dizem que a queda do ANC pode ser
atribuído diretamente a um homem.
Talvez que um bom exemplo da falta
de popularidade do presidente Zuma seja os resultados conhecidos. Um presidente
da zona rural de Nkandla, onde remodelou uma casa de família com cerca de 20
milhões em fundos governamentais.
Mas uma área que a partir de agora,
o ANC deixou de controlar. O partido do President Zuma perdeu a terra natal
daquele para o relativamente obscuro partido Inkata da Liberdade.
Fonte: Voz da América – 05.08.2016
Sem comentários:
Enviar um comentário