quarta-feira, maio 23, 2012

“Governo não pode ceder à pressão das companhias estrangeiras”

Especialista em gestão de recursos naturais diz que o governo moçambicano precisa de “ter o controlo do volante, mas, acima de tudo, tem que ter os pés assentes nos travões para orientar a velocidade dos processos”.

O especialista norueguês em gestão de recursos minerais Farouk Al-Kasim diz que Moçambique tem que conduzir o desenvolvimento dos projectos na área mineira e não ceder à pressão das companhias internacionais.
Al-Kasim é um dos mais prestigiados consultores na matéria e dirigiu a estratégia de exploração de petróleo na Noruega.
Farouk Al-Kasim, juntamente com o antigo secretário de Estado de Planeamento de Longo Prazo da Noruega, Gudmund Hernes, está em Moçambique para trocar experiências. Explica que Moçambique tem que fazer tudo ao seu tempo, criando políticas e estratégias que beneficiem a economia do país e as populações.
“É preciso fazer as coisas com tempo, porque tudo isto exige aprendizagem. É preciso tempo para que os sistemas sejam ajustados e para que as infra-estruturas estejam no lugar. Só com tempo se pode garantir que todo o conhecimento e experiências que se recebem com estes investimentos sejam úteis para servir a economia quando os recursos esgotarem”. 
Os recursos naturais em Moçambique são explorados por companhias estrangeiras, sendo o governo o regulador. 
Al-Kasim sugere o modelo norueguês, em que foi criada uma empresa estatal e um regulador independente. 

Fonte: O País online - 23.05.2012

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