Nos pleitos eleitorais anteriores
foi notório que nas fraudes eleitorais ocorridas houve frequentemente
envolvimento dos membros das mesas das assembleias de voto, mormente em eleições
cuja afluência foi baixa. Em condições normais, o número total de boletins de
voto (votos na urna) deve ser igual ao número de potenciais eleitores inscritos
na urna, mas no final da votação, constatou-se que os MMVs marcaram os nomes
dos abstencionistas dos cadernos eleitorais sem que ninguém se apercebesse e
introduziram boletins de voto nas urnas a eles referentes, como se eles
tivessem votado.
Vários incidentes marcaram esta
segunda volta da eleição intercalar de Nampula, realizada na quarta-feira, 14
de Março, alguns dos quais semelhantes aos da primeira volta. Alguns eleitores
chegarem às mesas para votarem, e estes serem acusados de já terem votado, não
obstante seus dedos indicadores não ter tinta indelével comprovativa do
exercício de voto. Significa que alguém votou em seu nome.
A sala da Paz (Sala da Paz)
relatou um incidente em Namicopo, no qual uma mulher foi encontrada com uma
lista de 24 nomes e números de eleitores no documento de nota da Frelimo, que
ela disse que deveria entregar a um dos membros da respectiva mesa da
assembleia de voto. A finalidade desta lista não estava clara. Essas pessoas
estavam inabilitadas de votar, porque morreram ou estavam ausentes, e cujos
nomes poderiam ser marcados nos falsos boletins de voto?
Votar Moçambique relatou dois
incidentes de boletins de voto encontrados fora das assembleias de voto, ambos
no posto de votação na Escola Primária de Nthota. Um foi encontrado na cabine
da mesa número 03001413 um boletim de voto que não pertencia àquela assembleia,
e já previamente preenchido a favor do candidato da Frelimo.
Ainda na mesma escola, um
secretário foi encontrado na posse de boletins de voto preenchidos numa barraca
denominada “O Cantinho da Lola”. A barraca situa-se nas proximidades do local
de votação.
Todos esses incidentes
aconteceram em conivência com os membros das mesas das assembleias de voto que
desejam introduzir os boletins de voto de fora da mesa de votação ou votar por
alguém ilegalmente.
Fonte: - Boletim Sobre o Processo
Político em Moçambique 21 - 16 de Março de 2018
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