MARCO DO CORREIO
Por Machado da Graça
Minha amiga Luiza
Como estás tu de saúde? E a tua família?
Do meu lado está tudo bem, felizmente.
O que parece não estar nada bem é a saúde da reconciliação nacional. A
arrogância parece ter voltado ao de cima, no momento menos apropriado.
Eu explico porque digo isso:
Como bem recordas a Renamo nunca se fez representar nas cerimónias de
celebração dos aniversários dos Acordos de Paz de Roma. E o Governo sempre
criticou isso fortemente.
Este ano, para demonstrar que a reconciliação veio para ficar, Afonso
Dhakama afirmou que estaria presente nas comemorações em Tete, onde estava em
campanha eleitoral. Por outro lado, nomeou Jeremias Pondeca para representar a
Renamo nas cerimónias centrais, em Maputo.
Ora o Protocolo do Governo Provincial de Tete informou o Protocolo da
Renamo que as cerimónias seriam às nove horas da manhã. Mas quando, a essa
hora, Dhlakama chegou ao local, descobriu que as cerimónias tinham sido às
7h30m e os membros do Governo Provincial já se tinham ido embora.
Em Maputo, no Parque da Paz, o mestre de cerimónias anunciou, no princípio
do acto, Jeremias Pondeca como orador, em nome da Renamo. Só que, depois,
“esqueceu-se” de lhe dar a palavra.
Uma arrogância que já deu os péssimos resultados que todos recordamos e
que parece continuar a fazer parte do arsenal político de clarividentes e visionários.
Uma arrogância que espero não continue, seja qual for o candidato eleito no
próximo dia 15.
Um beijo para ti do
Machado da Graça
Fonte: CORREIO DA MANHÃ – 07.10.2014
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