terça-feira, outubro 07, 2014

"Uma arrogância que espero não continue, seja qual for o candidato eleito no próximo dia 15"

MARCO DO CORREIO 

Por Machado da Graça

Minha amiga Luiza

Como estás tu de saúde? E a tua família?

Do meu lado está tudo bem, felizmente.

O que parece não estar nada bem é a saúde da reconciliação nacional. A arrogância parece ter voltado ao de cima, no momento menos apropriado.

Eu explico porque digo isso:

Como bem recordas a Renamo nunca se fez re­presentar nas cerimónias de celebração dos aniversários dos Acordos de Paz de Roma. E o Governo sempre criticou isso fortemente.


Este ano, para demonstrar que a reconciliação veio para ficar, Afonso Dhakama afirmou que estaria presente nas comemorações em Tete, onde estava em campanha eleitoral. Por outro lado, nomeou Jeremias Pondeca para representar a Renamo nas cerimónias centrais, em Maputo.

Ora o Protocolo do Governo Provincial de Tete informou o Protocolo da Renamo que as cerimónias seriam às nove horas da manhã. Mas quando, a essa hora, Dhlakama chegou ao local, descobriu que as cerimónias tinham sido às 7h30m e os membros do Governo Provincial já se tinham ido embora.

Em Maputo, no Parque da Paz, o mestre de ce­rimónias anunciou, no princípio do acto, Jeremias Pondeca como orador, em nome da Renamo. Só que, depois, “esqueceu-se” de lhe dar a palavra.

Uma arrogância que já deu os péssimos resulta­dos que todos recordamos e que parece continuar a fazer parte do arsenal político de clarividentes e visionários.

Uma arrogância que espero não continue, seja qual for o candidato eleito no próximo dia 15.

Um beijo para ti do

Machado da Graça


Fonte: CORREIO DA MANHÃ – 07.10.2014

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