A Polícia da República de Moçambique (PRM) recuperou hoje, no distrito de Gondola, província central de Manica, uma parte dos boletins de voto que haviam sido roubados e que deveriam ser usados nas II eleições das Assembleias Provinciais no distrito de Pebane, província da Zambézia, agendadas para a quarta-feira da próxima semana.
O referido material foi encontrado abandonado no povoado de Bengo, distrito de Gondola, cerca de 20 quilómetros da cidade de Chimoio, capital de Manica, no terreno de uma quinta privada, pertencente a um cidadão moçambicano.
No local foram recuperadas três caixas e estima-se que poderão conter um total de três mil boletins de voto, a razão de mil boletins de voto por cada caixa, para as Assembleias Províncias do distrito de Pebane.
Este material é parte integrante de um conjunto de 26 caixas roubadas no interior de um contentor na noite de 30 de Setembro a 1 de Outubro, contendo boletins de voto para as Assembleias Provinciais (AP), dos distritos de Pebane e de Namacurra, ambos na província central da Zambézia.
Falando a imprensa, o porta-voz do Comando Provincial da PRM em Manica, Belmiro Mutadiua, disse que a corporação foi notificada sobre o assunto pelo líder comunitário do povoado de Bengo, cerca das 09h00 da manhã de hoje, que por seu turno, foi alertado pelo guarda da propriedade onde foi encontrado o material.
Imediatamente, dirigimo-nos ao local e confirmamos a existência de algum material eleitoral, refiro-me a boletins de voto e outro material eleitoral destinado para a província da Zambézia, disse o porta-voz.
Asseverou que as investigações irão prosseguir no sentido de identificar as pessoas responsáveis por este crime.
Na ocasião, disse acreditar que num futuro não muito distante teremos mais subsídios a volta do desaparecimento deste material pelo que sabemos já foi inutilizado ou seja incinerado.
Sobre o paradeiro dos dois agentes da PRM, que tinham a missão de zelar pela segurança do contentor e do motorista do camião que transportava a carga, Mutadiua disse que os mesmos continuam detidos e que o processo está a seguir os trâmites normais para casos desta natureza.
Convidado a narrar os factos que conduziram a descoberta do material de votação roubado, Rui Tafura, 37 anos, disse em declarações a imprensa que eu sou guarda daqui, e sempre venho aqui para vigiar os eucaliptos e depois quando eu vim antes de ontem (quarta-feira) eram 04.00 da manhã vi coisas brancas e logo me aproximei e abri aqueles livros (embalagens) e vi que eram de votação (boletins de voto) .
Prosseguindo com o seu relato, explicou que tratou imediatamente de se esconder para tentar identificar as pessoas que poderiam ter entrado ilegalmente naquela propriedade.
Infelizmente, as pessoas já haviam abandonado o local. Na quinta-feira regressou ao local e verificou que o material ainda se encontrava no mesmo sitio.
Contudo, na manhã desta sexta-feira decidiu contactar o líder comunitário pois temia que na eventualidade de ocorrência de chuva poderia estragar material do governo.
Por isso, levei alguns documentos e fui amostrar ao líder e foi quando o líder ligou para o Comando (Provincial da PRM) , referiu.
Questionado sobre as razões que o levaram a deixar passar cerca de 48 horas para alertar as autoridades competentes, Tafura explicou que também é membro da Polícia Comunitária e sempre que testemunha alguma irregularidade trata de comunicar imediatamente a PRM.
Mas o meu telefone não estava bem, por isso pedi o telefone ao meu colega e mandei uma mensagem ao chefe do sector daqui, que não me deu resposta e ( só mais tarde) ouvi dizer que ele tinha mudado de número, disse.
Sobre o destino do material recuperado, o porta-voz da PRM disse que mesmo será encaminhado ao Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) ao nível da província de Manica, depois de concluída a investigação que está sendo conduzida pela Polícia de Investigação Criminal.
Refira-se que o material de votação remanescente, e anulado por uma deliberação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), foi incinerado quinta-feira na lixeira municipal de Quelimane.
Testemunharam o evento, que foi dirigido pelo vice-Presidente da CNE, António Chipanga, membros do partidos políticos e dos Observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), União Europeia (EU) e do Eleitoral Institute for Democracy in Africa (EISA).
Para garantir que o processo de votação decorra sem sobressaltos, segundo António Chipanga, a CNE decidiu que o material desviado deverá ser substituído por um outro com características diferentes do inicial. O mesmo será produzido e colocado nos locais de destino até 12 de Outubro.
Fonte AIM - 10.10.2014
1 comentário:
Que pena, só falta a Frelimo passar a roubar cadáveres nas Morgues. Até quando?
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