As autoridades golpistas da República Centro-Africana (RCA) ditaram uma ordem internacional de prisão contra o ex-presidente François Bozizé, deposto no último mês de março, informou neste sábado (1º) a imprensa local.
O procurador-geral da RCA, Alain Tolmo, acusa Bozizé de "crimes contra a humanidade e incitação ao genocídio". De acordo com Tolmo, alguns dos crimes atribuídos ao ex-presidente são contemplados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
Bozizé está exilado nos Camarões após o golpe de Estado que passou o poder à coligação rebelde Séléka, cujo líder, Michel Djotodia, agora apresenta-se como presidente da RCA.
"A investigação está aberta e, a partir de hoje, há uma ordem de detenção emitida contra o principal responsável (dos abusos), François Bozizé Yangouvounda", declarou o procurador-geral.
Tolmo acusa Bozizé - que chegou ao poder em 2003 mediante um golpe de Estado - de "22 assassinatos ,53 detenções arbitrárias e diversos sequestros", assim como a "destruição" de aproximadamente quatro mil casas e 119 execuções sumárias.
Tolmo assegurou que as autoridades preparam a emissão de novas ordens de prisão internacional contra outras pessoas envolvidas nesses crimes. No último dia 2 de maio, a procuradoria abriu uma investigação sobre a actuação de Bozizé e "seus cúmplices".
O Conselho Nacional de Transição (CNT) da RCA, constituído após o golpe, elegeu Michel Djotodia, líder da Séléka, como presidente da transição no último dia 13 de abril.
Djotodia - também acusado de violações dos direitos humanos - comprometeu-se a organizar eleições gerais nos próximos 18 meses.
No último dia 24 de março, as forças do Séléka derrubaram o até então presidente, François Bozizé. O golpe aconteceu após a realização, em Libreville, de um processo de negociação entre o governo centro-africano e os insurgentes.
Fonte: Rádio Mocambique – 01.06.2013
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