O polícia deve ser um elemento político, altamente educado e cortês. Sabem o que é cortesia? (Não!) Vou dar um exemplo: um polícia não pode dar um pontapé a ninguém! (RISOS E APLAUSOS). O polícia que dá um pontapé a um cidadão, e particularmente a uma senhora ou a um jovem, não tem ética, não tem brio profissional, não respeita a farda que enverga, não dignifica o seu boné que tem o emblema da República Popular de Moçambique. (APLAUSOS MUITO PROLONGADOS). Esse polícia não sabe o que representa a farda que enverga.
Um polícia espancar as
pessoas é o cúmulo da vergonha! (APLAUSOS). Este elemento não serve para a
estrutura do Estado. Ele, embora fardado, não representa o nosso poder popular.
A Polícia no nosso
País chama-se Polícia Popular de Moçambique. É
popular porque não é uma elite, vem de vocês, do povo.
O nosso polícia não
tem privilégios. O seu privilégio é servir bem a República Popular de
Moçambique, é zelar pela aplicação da Constituição, é fazer respeitar as leis,
educar os cidadãos.
Para o nosso polícia,
o estudo, a educação, a aprendizagem, devem ser permanentes. Ele deve aprender
constantemente a evolução da ciência da Polícia, de todo o Mundo. O polícia
deve preocupar-se em conhecer as leis para as fazer respeitar, conhecer a
Constituição para a saber defender. Ele deve respeitar o sofrimento dos outros.
Deve saber representar a autoridade, representar o vosso poder, o poder
popular, este poder do nosso povo do Rovuma ao Maputo, que muito lutou para o
conquistar.
Mas, o que assistimos
hoje é o contrário do que acabei de dizer. Em todas as nossas cidades, a
Polícia comporta-se pior que a Polícia colonial! (RISOS E APLAUSOS MUITO
PROLONGADOS).
A Polícia, no mundo, é assim: não vive confortavelmente, renuncia ao conforto. O polícia não deve ter uma cama com um colchão fofo. Todos eles dormem numa tarimba, mesmo o Comandante. O Comandante-Geral da Polícia, em toda a parte do Mundo, dorme na tarimba para ter sempre a coluna vertebral bem esticada! (RISOS E APLAUSOS PROLONGADOS). É que o colchão de luxo dobra a coluna, e então, o polícia dobra a farda, dobra o poder também! Se o polícia anda com as costas curvadas, que polícia é este? Que imagem nos transmite?
O polícia que anda com as pernas tortas, esse não é polícia. O polícia que mete o dedo no nariz e limpa o dedo na farda, não é polícia! (APLAUSOS PROLONGADOS E RISOS).
O polícia anda sempre
com a coluna vertebral bem esticada, com um passo bem cadenciado! Esse, sim, é
um polícia!
Estes são problemas
nossos. Por que é que temos polícias assim? Porque não seleccionamos, porque
produzimos polícias em série, como se estivéssemos na época dos fenícios!
(RISOS E APLAUSOS PROLONGADOS).
Os elementos que vão
para a Polícia devem ser bem seleccionados, devem revelar boas qualidades,
devem ser inteligentes e bem constituídos fisicamente. Devem ter, pelo menos,
1,75 metro de altura, para representarem com evidência a autoridade. Imaginem:
se o polícia tem só 1 metro e meio, como vai pedir a documentação a um cidadão
com 1 metro e oitenta de altura? (RISOS E APLAUSOS)."
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