domingo, novembro 17, 2013

Frelimo quer assassinar Daviz Simango

Elementos de uma unidade da Força de Intervenção Rápida – FIR – irrompeu, na tarde de hoje, dia 16 de Novembro, por volta das 15 horas, no campo da Munhava, munidos de AKM-47 e granadas de gás lacrimogemeo, disparando armas de fogo para o ar e lançado granadas de gás lacrimogénio para o meio da multidão, criando, assim grande confusão terrível, gritos de socorro e as pessoas a pisarem-se uma sobre as outras, na sua desesperada busca de um lugar seguro para se esconderem.

Isso aconteceu uns minutos depois de Filipe Paúnde, secretário-geral do partido Frelimo, o principal promotor da violência, não ter conseguido passar pela Rua Kruss Gomes, no sentido Chota-Munhava, devido à enchente de viaturas, tendo sido a voltar e arranjado uma via alternativa que o levasse ao comité local do partido Frelimo, localizado próximo do campo onde estavam concentradas pessoas para ouvir o discurso de encerramento da campanha de Daviz Simango, candidato do Movimento Democrático de Moçambique, MDM, para o cargo de presidente do Conselho Municipal da Beira.

Os lançamentos de granadas para o campo, eram pausados e cadenciados, com o objectivo essencial de não permitir que as pessoas se reagrupassemm mais, tendo feito, deste modo, abortar o concorrido comício do MDM aguardado por mais oito mil pessoas que, acompanahavam as caravanas de Daviz Simango, aguardavam ouvir as últimas palavras de alento político.

O candidato do MDM e sua família foram retirados, às corridas, pela segurança, para um lugar seguro e uma fonte da polícia do comando provincial de Sofala, que não quis ser identificada, garantiu que o objectivo da operação visava atingir única e exclusivamente aniquilar Daviz Simango. Uma bala atirada, propositadamente, para atingi-lo passou muito próximo de Daviz Simango, que acabou por ferir uma senhora que, também, estava à procura de um abrigo.

Como consequência dos distúrbios que a FIR provocou, cerca de 25 pessoas deram entrada, para tratamento hospitar, no Posto de Saúde da Munhava, entre os inanimados, por terem inalado gás em excesso, e feridos e quatro viaturas que, na altura, ostentavam símbolos do partido Frelimo, como bandeiras e material de propaganda eleitoral, foram vandalizadas e ateadas fogo pela população furiosa, apesar dos intensos tiroteios da FIR.

Perguntamos ao pessoal de serviço no Posto de Saúde se havia dado entrada algum óbito, pelo que nos responderam que não e já passavam das 19 horas.

Enquanto isso, uma parte dos furiosos se dirigiram ao comité local da Frelimo (na Munhava) empunhando pedras e material inflamável para queimar as instalações. O contingente policial foi reforçado com polícia de protecção (cinzentinhos) e a tarefa de arremessar granadas e fazer tiros com balas reais ficou reservada à FIR.

A população agredida gritava para a FIR se sente forte e capaz, então vá Muxungue e Gorongosa para se confrontar com homens armados da Renamo e deixasse a população em paz, pois que a política é exclusivamente para os partidos políticos e nenhum partido deveria ser apadrinhado pelas forças armadas do Estado. A FIR nem queria ouvir os tais apelos, continuavam, indiferente, a lançar granadas de gás lacrimogéneos contra a população.


Vem correndo informações seguras segundo as quais o partido Frelimo não vai permitir que nenhuma autarquia de uma capital provincial ficará com a oposição e, caso seja necessário, será o partido Frelimo usará a políca e muito sangue será derramado. É, exactamente, o que se pode assitir e o ciclo de violência já começou com a tentativa de decapitar o MDM, escolhido como um grande obstáculo para os desígnios do partido governamental.

Fonte: Diálogo sobre Mocambique - 17.11.2013

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