Os jovens africanos devem tomar acções enérgicas contra todas as formas de injustiças que ainda enfermam o continente, afectando, por conseguinte, a maioria da população. O apelo foi lançado, segunda-feira, em Maputo, pelo presidente do Parlamento Juvenil (PJ), Salomão Muchanga.
Falando na Conferência Africana da Juventude sobre Democracia e Boa Governação, que hoje termina na capital do país, Salomão Muchanga alistou diversos problemas que ainda enfermam a população do continente, constituída maioritariamente por jovens.
“Na lista dos desafios aos quais os jovens devem fazer face, inclui-se, mas não apenas, o papel das multinacionais e corporações estrangeiras que descobrindo as nossas riquezas e autorizadas a explorá-las levam o rendimento principal, deixando apenas o excedentário”, disse.
Afirmou que a situação agrava a pobreza dos países do chamado continente negro, num cenário em que os dirigentes ignoram ou minimizam as consequências das suas decisões às gerações vindouras. Na sua intervenção, Salomão Muchanga condenou a delapidação dos fundos dos estados, subornos, corrupção, entre outros males que ainda afligem diversos países.
“Temos que mudar isso”, disse. Explicou que a conferência é motivada pelas preocupações da juventude em relação à crise política e económica que assola o continente africano, caracterizada pelo subdesenvolvimento, conflitos entre os povos e enormes desigualdades sociais, associado às elevadas taxas de desemprego, pobreza, natalidade e mortalidade.
Segundo o presidente do Parlamento Juvenil, a outra razão da realização do evento reside no facto de os jovens manifestarem-se firmemente convencidos de que o maior recurso de África é a sua população jovem que, com a sua participação plena e activa, pode contribuir para se ultrapassar a maioria das dificuldades que o continente atravessa.
A Conferência Africana da Juventude sobre Democracia e Boa Governação pretende promover um diálogo permanente, aberto e inclusivo entre os jovens africanos com potencial de liderança, cuja acção se faz sentir nas vertentes política, económica e social dos respectivos países.
Pretende, igualmente, fortalecer e apoiar a revolução intelectual da geração jovem do Continente Africano.
Fonte: Jornal Notícias – 13.12.2012
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