Daviz Simango foi hoje reeleito presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), no I Congresso do terceiro partido do país, que decorreu na Beira, centro, após exclusão da única adversária, Laurinda Muchanga, "por remeter tarde a candidatura".
Simango, que, primeiro, havia sido eleito por aclamação e, mais tarde, a seu pedido, ido a votação, para "medir a sua popularidade interna e abonar a democracia interna", saiu "legitimado" com 661 votos dos 676 delegados que participaram no escrutínio.
"Em relação à retirada da candidatura, é que foi submetida à comissão de eleições do I Congresso já fora do período programado, portanto achou-se que era extemporânea, daí que não havia por que continuar com a candidatura", disse à Lusa Sande Carmona, porta-voz do I Congresso, após a eleição do único candidato.
A eleição, que se estendeu da noite de sexta até à tarde de sábado, serviu para "formalizar a aclamação" de Daviz Simango na liderança do partido, fundado em 2009 como resultado da sua dissidência na Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), principal partido da oposição.
Em declaração à Lusa, Laurinda Muchanga, militante da Frelimo, no poder, desde 2001 e do MDM desde a sua fundação, disse não ter percebido a retirada da sua candidatura pelo órgão eleitoral, uma vez que "reunia requisitos e condições para se candidatar" à liderança da organização.
"No meu processo não houve uma explicação eficaz, mas também não quis ir para a frente, mas achei não ser a altura para me recandidatar de novo" explicou à Lusa Laurinda Muchanga, da delegação de Gaza (sul).
No seu discurso, após a assinatura do termo de posse, Daviz Simango apelou para a união dos membros para que o "movimento marche para um Moçambique para todos", defendendo a necessidade de um redobrar de esforços em busca de novas conquistas do partido.
"Somos uma grande família. Uma família que está a crescer cada vez mais e que busca os ideais de liberdade, de dignidade e de oportunidades para todos. E esta família provou, no decorrer dos últimos dias, que é capaz de dialogar, apresentar ideias, discutir os seus pontos de vista, sobretudo escutar o seu próximo", disse Daviz Simango, intensamente aplaudido.
O programa do partido para 2013-2017, assente em oito pilares, com destaque para a política económica e financeira mais produtiva e justa, administração publica mais efetiva, útil e acessível ao cidadão, política de soberania e dignidade de Moçambique, será transformado em manifesto eleitoral durante as corridas eleitorais por ser "fruto de uma auscultação exaustiva".
Refira-se que na primeira prova politica, em 2009, o MDM conseguiu eleger oito deputados para a Assembleia da República e 24 mandatos nas assembleias provinciais nas províncias de Sofala (centro) e Nampula e Niassa (norte).
O partido dirige ainda duas das mais importantes cidades moçambicanas: Beira e Quelimane, ambas no centro do país.
Fonte: RM/Lusa - 08.12.2012
Sem comentários:
Enviar um comentário