Entre os membros da Comissão Política Provincial-
O processo, com o nº 1.166/ 2006 está nas” mãos” da Procuradoria
- doutor Lavieque trabalhou três anos com dois cartões diferentes
Acusações entre os membros da Comissão Política Provincial do Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento (PDD), podem levar aquela formação política extra- parlamentar ao extremo de perder credibilidade no seio das massas populares, nos próximos pleitos eleitorais.
Na província de Nampula, um dos maiores círculos eleitorais ao nível do país, o PDD é considerado como a terceira força política, depois dos partidos FRELIMO e RENAMO.
Mário Miguel e Fernando Lavieque, quadros seniores do “Pangolim”, acusam o presidente daquela comissão, Isidro Ali Assane, de ocupar, ilegalmente, a residência, onde, antes, funcionou a sede daquele partido, sita na rua de Tete, na cidade de Nampula.
Isidro é, ainda, indiciado de desviar 180 milhões (da antiga família) destinados à campanha eleitoral de 2004, incluindo os salários dos guardas das delegações do PDD, nos distritos de Angoche e Nacala-Porto.
Os denunciantes apontam o presidente da Comissão Política provincial do PDD de ter recebido, do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), um valor estimado em 50 mil meticais da nova família, supostamente, para acabar com o partido, para além de, alegadamente, ter relações amorosas com uma das responsáveis da liga feminina do partido, identificada pelo nome de Gilberta Maria Lopes.
Entretanto, Isidro Assane desmente todas as acusações que recaem sobre si e considera a atitude dos seus colegas como tendo, apenas, a intenção de denegrir a sua imagem e a do partido.
Tudo aquilo que eles disseram não constitui verdade. Por isso eu dei-lhes o prazo de trinta dias para apresentarem provas e não provaram. Então, conclui que, afinal, tinham apenas o interesse de manchar a minha imagem. Disse Assane, que afirma ter movido um processo contra os visados.
De facto, confirmamos que o processo, com o n ú m e r o 1.166/2006, deu já entrada na Procuradoria Provincial no passado dia 1 de Novembro corrente.
Por outro lado, foi já confirmada a “infiltração” de Fernando Lavieque no Partido para Paz, Democracia e Desenvolvimento, de que ele é membro sénior, desde a sua fundação, em 2004. Durante cerca de três anos, Lavieque desempenhou várias funções.
Docente de profissão, Lavieque é membro da FRELIMO desde o anode 2002, conforme o cartão nº 436149, emitido a 26 de Maio do mesmo ano.
Enquanto militava no “batuque e maçaroca”, Lavieque desempenhou, paralelamente, altos cargos no “Pangolim” e, até à altura da sua “descoberta”, exercia as funções de chefe do Gabinete de Estudo e Portavoz.
Abordado a propósito, Lavieque confirmou haver problemas no seio dos onze membros que compõem a Comissão política provincial do PDD, que repudiam a má gestão do Partido, em todos os domínios.
Quanto ao facto de, alegadamente, possuir dois cartões, o nosso entrevistado disse que não constitui verdade, mas confirmou que, em resultado dessa aparente desconfiança, foram lhe retirados todos os bens que lhe haviam sido atribuídos, dentre os quais se destacam uma motorizada e um computador completo, naquilo que ele designou de “medida coerciva” tomada pelo presidente da Comissão política.
Conforme apurou o Wamphula fax, medida idêntica foi, também, exercida sobre o chefe do Conselho de Jurisdição provincial, Mário Miguel Fernado Ali, indiciado de fomentar calúnias no Partido.
Sabe-se, contudo, que no passado dia 30 de Agosto, diversas peças de motorizadas pertencentes ao PDD e que se encontravam nos armazém da Comissão Política da cidade, sito na rua Filipe Samuel Magaia, foram roubadas por desconhecidos. Embora existam suspeitos, Isidro Ali Assane disse que o caso foi já remetido à Policia de Investigação Criminal (PIC), para mais averiguações.
WAMPHULA FAX - 17.11.2006
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