YÁ-Qub Sibindy, líder do Partido Independente de Moçambique (PIMO) e patrono da Fundação Moçambique Contra a Pobreza diz-se "cansado" de ver uma oposição cada vez mais moribunda no país e eis que se lança no cenário político nacional com um projecto de Governo e Parlamento-sombra. Sibindy pretende com o seu projecto inter-agir com o Governo e Parlamento-dia na perspectiva de um dia vir a assumir os destinos de Moçambique. Chamado pelo "Notícias" a fazer um balanço das suas actividades no decurso do ano prestes a findar e das perspectivas para 2007, Yá-Qub Sibindy diz que o país não pode ser governado por aventureiros políticos.
Maputo, Quinta-Feira, 28 de Dezembro de 2006:: Notícias
Mesmo sem se referir sobre quem são tais aventureiros políticos, Yá-Qub Sibindy deixou ler nas entrelinhas, tratar-se de partidos políticos sem qualquer projecto de governação. Partidos que no lugar de fazerem uma oposição verdadeiramente construtiva são pela obstrução aos esforços do Governo, tendentes a erradicar a pobreza absoluta no país. Partidos que semeiam o ódio, a inveja e a intriga. Partidos que não se identificam com causa nacional. Partidos sem cultura de Estado e sentencia que esses estes tais partidos e seus dirigentes constituem tumor que deve ser expurgado do cenário político nacional porque nocivos ao projecto de desenvolvimento de Moçambique.
Interessado em participar lado-a-lado com o Governo, na criação de melhores condições de vida para os moçambicanos, Yá-Qub Sibindy mobilizou um conjunto de partidos políticos e organizações da sociedade civil constituindo em Agosto último a coligação PIMO/Oposição Construtiva.
"Notícias" (N) – PIMO/Oposição Construtiva. O que é?
Yá-Qub Sibindy (YS) – É uma coligação de partidos políticos e organizações da sociedade civil interessada em participar no combate contra a pobreza absoluta e outros males que enfermam o processo de desenvolvimento sustentável e equilibrado de Moçambique. Esta coligação pretende conquistar um espaço político, ao assumir o projecto de Governo e Parlamento sombra. A coligação procura uma plataforma viável para, futuramente, colher os frutos almejados por todo o povo moçambicano e pela comunidade internacional, promotora dos sistemas de governação democrática no mundo. A nossa coligação tem muitos desafios pela frente. E um dos mais altos desafios é, sem dúvida chegar ao poder.
N – Muitos não viram com bons olhos a presença da oposição construtiva no IX Congresso da Frelimo. Quer comentar a visão destes?
YS – Nós não estamos atrapalhados com isso. Nós respondemos a um convite que nos foi formulado pela Frelimo. Não temos culpa dos outros não terem ido a Quelimane. Em Moçambique ninguém se deve alheiar do processo de boa governação. Ao estarmos em Quelimane quisemos dar vida à governação inclusiva apregoada pelo presidente Armado Guebuza. No congresso da Frelimo tomamos a palavra e comprometemo-nos perante o país e o mundo, reafirmando a nossa agenda de luta contra a pobreza absoluta. Agora os que não foram a Quelimane que não ditem ordens à nossa coligação. Em Quelimane, no congresso da Frelimo, nós fomos estagiar para um dia assumirmos a governação de Moçambique.
DESEMPENHO POSITIVO
Olha, o corpo diplomático presente naquele encontro pediu publicamente que Moçambique exporte este modelo de governação do país que inclui a todos estratos políticos. Representantes do Brasil, da China, do Zimbabwe, da Zâmbia, entre outros países precisam deste modelo. Nós lamentamos quando determinados partidos políticos tropeçam politicamente, pensando que por essa via vão ganhar algum protagonismo. Alguns desses partidos andam a reboque de outros e, lamentavelmente, não possuem identidade própria, não possuem nenhum valores e nem sequer sabem da democracia. Estivemos em Quelimane com todo o mérito. Reafirmamos a continuidade da nossa agenda de luta contra a pobreza, agenda essa levada a cabo pela Frelimo. Continuamos na oposição à Frelimo, lutando contra o espírito de deixa-andar, contra a corrupção, a criminalidade, a burocracia e outros males que enfermam a nossa sociedade.
N – O país não pode ser governado por aventureiros políticos. Quem são esses aventureiros?
YS – Todo aquele que não tem nenhum projecto de governação; aquele que não tem cultura de Estado é um aventureiro político. Uns auto-proclamam-se pais da democracia, mas não exercem a democracia. Esses são aventureiros e não podem governar Moçambique ou seja Moçambique não merece ser governado por esses aventureiros.
N – 2006 está prestes a findar. Que avaliação faz do vosso desempenho?
YS – Modéstia à parte, mas o nosso exercício ao longo de 2006 é muito positivo. Chegamos a um nível em que o refugo está posto de lado. Consolidamos o nosso projecto de Governo e Parlamento-sombra. Constituimos a verdadeira oposição construtiva e hoje podemos dizer em voz alta que somos a alternativa para a governação de Moçambique nos próximos anos. Quando digo que o refugo está posto de lado é porque quando constituimos o nosso bloco da oposição construtiva erámos 18 partidos. Agora somos quatro, unidos pelos mesmos ideais. O PIMO, PANAMO, PAREDE e PUR. Os outros abandonaram a causa porque pensavam que Yá-Qub Sibindy, como líder do grupo iria distribuir-lhes envelopes. Na nossa coligação não há envelopes. Há sim, trabalho. Muito trabalho. Lamentavelmente, os outros protestam a nossa cultura de fazer política. Esses estão comprometidos com a burla política. Vão às eleições, perdem e depois fogem para as suas tocas, É aqui onde digo também que o país não pode ser governado por aventureiros políticos. Vêm de onde vêm, caem aqui de pára-quedas, mal governam os seus lares e em momentos eleitorais vêm pedir emprego ao eleitorado. Não. Com a nossa oposição construtiva fazemos um estágio político para um dia chegarmos ao poder. Não tenhamos dúvida nem ilusões quanto a isso. O nosso projecto, herdado do projecto da nossa governação caso tivessemos chegado ao poder nas últimas eleições mantém-se válido.
ASPECTOS A REALÇAR
N – e que avaliação faria ao desempenho do Governo ao longo do ano que termina?
YS – Bom, uma coisa é certa. O chefe do Estado faz o seu discurso apelando ao combate contra a pobreza, à erradicação da fome, da miséria e de combate ao HIV/SIDA. Os outros, nomeadamente ministros, directores nacionais, governadores, administradores repetem o discurso do chefe do Estado, no lugar de o materializarem. O Governo-dia corro risco de deixar de o ser para ser Governo de discursos. Todavia, há alguns aspectos que se devem realçar ao longo de 2006, nomeadamente a reversão da Hidroléctrica de Cahora Bassa para a soberania nacional. Esse é mais uma arma para o combate à pobreza absoluta. Vemos a reconstrução e/ou reconstrução de importantes infra-estruturas tais como estradas e pontes, permitindo-se a livre circulação de pessoas e bens. Cada vez mais cidadãos têm acesso à agua potável, as zonas rurais estão a ser electrificadas, mas precisa-se de um pouco mais de coragem para se andar depressa. O povo está à espera do desenvolvimento há bastante tempo. Então é preciso correr um pouco na execução dos programas no lugar de se repetir o discurso do chefe em todo e qualquer momento.
N – O próximo ano é de importantes desafios para os partidos políticos. Quais são as perspectivas da vossa coligação?
YS – Bom, nós apresentamos as nossas ideias ao Parlamento para que as eleições provinciais, autárquicas, legislativas e presidenciais tenham lugar no mesmo dia. O país não dispõe de muitos recursos para promover eleições de ano para ano. Estamos a espera que a nossa ideia seja tomada em consideração. Mas seja como for, ainda que não se tome em consideração, o nosso bloco está preparado para tomar parte na corrida eleitoral que em 2007 começa com as eleições provinciais, passando para pelas eleições autárquicas em 2008 até às legislativas e presidenciais em 2009. Mas para já a nossa coligação, a coligação PIMO/Oposição Construtiva está-se a organizar para realizar o seu congresso dentro do próximo ano. Temos uma equipa de peritos que está a trabalhar no detalhe com vista à realização desta importante reunião. Essa equipa está a trabalhar com os líderes dos diferentes partidos congregados na nossa coligação para colher as diferentes sensibilidades e matérias importantes a discutir no nosso encontro. É mesmo ao estilo de teses ao congresso. Dependendo do que for a apreciação da Assembleia da República em relação à nossa proposta, quanto à realização das eleições em apenas um dia, nós poderemos realizar o nosso primeiro congresso no próximo ano. Ainda não possuimos datas exactas, mas é um facto adquirido que o encontro vai acontecer.
PLANO ESTRATÉGICO
N - ... e qual é a essência do vosso plano estratégico para 2007?
YS – Temos sim um plano estratégico que apresenta objectivamente as prioridades políticas e administrativas para a governação do país. Consta, por exemplo, do nosso plano estratégico a conquista e aproveitamento dos espaços políticos que a Constituição da República reservou aos partidos. Pretendemos, também, por via do nosso plano libertar o país e o povo moçambicano da democracia, onde as chantagens políticas determinam o processo político do país; libertar o partido no poder, os seus membros e a comunidade internacional dos preconceitos e câncro político antidemocráticos de que a responsabilidade, o dever e o direito de governar Moçambique é histórica e exclusivamente do partido no poder. Libertar a Renamo e o seu líder dos preconceitos de que ele é o pai da democracia. Porque a democracia é o resultado do processo de transformação sóciopolítica, económica e cultural das sociedades humanas. Libertar o povo moçambicano da prisão psicológica de atitudes antidemocráticas praticadas pelo partido no poder, por causa da independência, alegando ser dono da mesma. Colocar o país e o povo moçambicano numa democracia de desenvolvimento sustentável e equilibrada, onde todos são chamados a intervir, às interpretar as lógicas políticas. Libertar os partidos políticos e seus presidentes dos preconceitos de que fazer política é faltar ao respeito as instituições legalmente instituídas e os órgãos de Estado democraticamente eleitos. Dentro da nossa visão estratégica queremos tornar Moçambique um país onde a democracia é usada ou seja exercida com vista ao desenvolvimento sustentável e equilibrado do país, consolidando a paz rumo ao crescimento político dos actores. Queremos uma oposição que seja alternativa política e governamental. Uma oposição caracterizada por uma cultura de Estado, flexível, bem informada, participativa, planificadora e actuante. Queremos criar um verdadeiro viveiro de aprendizagem para os governantes e deputados do amanhã. Em suma, queremos promover o exercício da real democracia num país vítima de burocracia, corrupção e que padece da pobreza absoluta, do analfabetismo e do HIV/SIDA.
Salomão Muiambo (Notícias, 2006-12-28)
Maputo, Quinta-Feira, 28 de Dezembro de 2006:: Notícias
Mesmo sem se referir sobre quem são tais aventureiros políticos, Yá-Qub Sibindy deixou ler nas entrelinhas, tratar-se de partidos políticos sem qualquer projecto de governação. Partidos que no lugar de fazerem uma oposição verdadeiramente construtiva são pela obstrução aos esforços do Governo, tendentes a erradicar a pobreza absoluta no país. Partidos que semeiam o ódio, a inveja e a intriga. Partidos que não se identificam com causa nacional. Partidos sem cultura de Estado e sentencia que esses estes tais partidos e seus dirigentes constituem tumor que deve ser expurgado do cenário político nacional porque nocivos ao projecto de desenvolvimento de Moçambique.
Interessado em participar lado-a-lado com o Governo, na criação de melhores condições de vida para os moçambicanos, Yá-Qub Sibindy mobilizou um conjunto de partidos políticos e organizações da sociedade civil constituindo em Agosto último a coligação PIMO/Oposição Construtiva.
"Notícias" (N) – PIMO/Oposição Construtiva. O que é?
Yá-Qub Sibindy (YS) – É uma coligação de partidos políticos e organizações da sociedade civil interessada em participar no combate contra a pobreza absoluta e outros males que enfermam o processo de desenvolvimento sustentável e equilibrado de Moçambique. Esta coligação pretende conquistar um espaço político, ao assumir o projecto de Governo e Parlamento sombra. A coligação procura uma plataforma viável para, futuramente, colher os frutos almejados por todo o povo moçambicano e pela comunidade internacional, promotora dos sistemas de governação democrática no mundo. A nossa coligação tem muitos desafios pela frente. E um dos mais altos desafios é, sem dúvida chegar ao poder.
N – Muitos não viram com bons olhos a presença da oposição construtiva no IX Congresso da Frelimo. Quer comentar a visão destes?
YS – Nós não estamos atrapalhados com isso. Nós respondemos a um convite que nos foi formulado pela Frelimo. Não temos culpa dos outros não terem ido a Quelimane. Em Moçambique ninguém se deve alheiar do processo de boa governação. Ao estarmos em Quelimane quisemos dar vida à governação inclusiva apregoada pelo presidente Armado Guebuza. No congresso da Frelimo tomamos a palavra e comprometemo-nos perante o país e o mundo, reafirmando a nossa agenda de luta contra a pobreza absoluta. Agora os que não foram a Quelimane que não ditem ordens à nossa coligação. Em Quelimane, no congresso da Frelimo, nós fomos estagiar para um dia assumirmos a governação de Moçambique.
DESEMPENHO POSITIVO
Olha, o corpo diplomático presente naquele encontro pediu publicamente que Moçambique exporte este modelo de governação do país que inclui a todos estratos políticos. Representantes do Brasil, da China, do Zimbabwe, da Zâmbia, entre outros países precisam deste modelo. Nós lamentamos quando determinados partidos políticos tropeçam politicamente, pensando que por essa via vão ganhar algum protagonismo. Alguns desses partidos andam a reboque de outros e, lamentavelmente, não possuem identidade própria, não possuem nenhum valores e nem sequer sabem da democracia. Estivemos em Quelimane com todo o mérito. Reafirmamos a continuidade da nossa agenda de luta contra a pobreza, agenda essa levada a cabo pela Frelimo. Continuamos na oposição à Frelimo, lutando contra o espírito de deixa-andar, contra a corrupção, a criminalidade, a burocracia e outros males que enfermam a nossa sociedade.
N – O país não pode ser governado por aventureiros políticos. Quem são esses aventureiros?
YS – Todo aquele que não tem nenhum projecto de governação; aquele que não tem cultura de Estado é um aventureiro político. Uns auto-proclamam-se pais da democracia, mas não exercem a democracia. Esses são aventureiros e não podem governar Moçambique ou seja Moçambique não merece ser governado por esses aventureiros.
N – 2006 está prestes a findar. Que avaliação faz do vosso desempenho?
YS – Modéstia à parte, mas o nosso exercício ao longo de 2006 é muito positivo. Chegamos a um nível em que o refugo está posto de lado. Consolidamos o nosso projecto de Governo e Parlamento-sombra. Constituimos a verdadeira oposição construtiva e hoje podemos dizer em voz alta que somos a alternativa para a governação de Moçambique nos próximos anos. Quando digo que o refugo está posto de lado é porque quando constituimos o nosso bloco da oposição construtiva erámos 18 partidos. Agora somos quatro, unidos pelos mesmos ideais. O PIMO, PANAMO, PAREDE e PUR. Os outros abandonaram a causa porque pensavam que Yá-Qub Sibindy, como líder do grupo iria distribuir-lhes envelopes. Na nossa coligação não há envelopes. Há sim, trabalho. Muito trabalho. Lamentavelmente, os outros protestam a nossa cultura de fazer política. Esses estão comprometidos com a burla política. Vão às eleições, perdem e depois fogem para as suas tocas, É aqui onde digo também que o país não pode ser governado por aventureiros políticos. Vêm de onde vêm, caem aqui de pára-quedas, mal governam os seus lares e em momentos eleitorais vêm pedir emprego ao eleitorado. Não. Com a nossa oposição construtiva fazemos um estágio político para um dia chegarmos ao poder. Não tenhamos dúvida nem ilusões quanto a isso. O nosso projecto, herdado do projecto da nossa governação caso tivessemos chegado ao poder nas últimas eleições mantém-se válido.
ASPECTOS A REALÇAR
N – e que avaliação faria ao desempenho do Governo ao longo do ano que termina?
YS – Bom, uma coisa é certa. O chefe do Estado faz o seu discurso apelando ao combate contra a pobreza, à erradicação da fome, da miséria e de combate ao HIV/SIDA. Os outros, nomeadamente ministros, directores nacionais, governadores, administradores repetem o discurso do chefe do Estado, no lugar de o materializarem. O Governo-dia corro risco de deixar de o ser para ser Governo de discursos. Todavia, há alguns aspectos que se devem realçar ao longo de 2006, nomeadamente a reversão da Hidroléctrica de Cahora Bassa para a soberania nacional. Esse é mais uma arma para o combate à pobreza absoluta. Vemos a reconstrução e/ou reconstrução de importantes infra-estruturas tais como estradas e pontes, permitindo-se a livre circulação de pessoas e bens. Cada vez mais cidadãos têm acesso à agua potável, as zonas rurais estão a ser electrificadas, mas precisa-se de um pouco mais de coragem para se andar depressa. O povo está à espera do desenvolvimento há bastante tempo. Então é preciso correr um pouco na execução dos programas no lugar de se repetir o discurso do chefe em todo e qualquer momento.
N – O próximo ano é de importantes desafios para os partidos políticos. Quais são as perspectivas da vossa coligação?
YS – Bom, nós apresentamos as nossas ideias ao Parlamento para que as eleições provinciais, autárquicas, legislativas e presidenciais tenham lugar no mesmo dia. O país não dispõe de muitos recursos para promover eleições de ano para ano. Estamos a espera que a nossa ideia seja tomada em consideração. Mas seja como for, ainda que não se tome em consideração, o nosso bloco está preparado para tomar parte na corrida eleitoral que em 2007 começa com as eleições provinciais, passando para pelas eleições autárquicas em 2008 até às legislativas e presidenciais em 2009. Mas para já a nossa coligação, a coligação PIMO/Oposição Construtiva está-se a organizar para realizar o seu congresso dentro do próximo ano. Temos uma equipa de peritos que está a trabalhar no detalhe com vista à realização desta importante reunião. Essa equipa está a trabalhar com os líderes dos diferentes partidos congregados na nossa coligação para colher as diferentes sensibilidades e matérias importantes a discutir no nosso encontro. É mesmo ao estilo de teses ao congresso. Dependendo do que for a apreciação da Assembleia da República em relação à nossa proposta, quanto à realização das eleições em apenas um dia, nós poderemos realizar o nosso primeiro congresso no próximo ano. Ainda não possuimos datas exactas, mas é um facto adquirido que o encontro vai acontecer.
PLANO ESTRATÉGICO
N - ... e qual é a essência do vosso plano estratégico para 2007?
YS – Temos sim um plano estratégico que apresenta objectivamente as prioridades políticas e administrativas para a governação do país. Consta, por exemplo, do nosso plano estratégico a conquista e aproveitamento dos espaços políticos que a Constituição da República reservou aos partidos. Pretendemos, também, por via do nosso plano libertar o país e o povo moçambicano da democracia, onde as chantagens políticas determinam o processo político do país; libertar o partido no poder, os seus membros e a comunidade internacional dos preconceitos e câncro político antidemocráticos de que a responsabilidade, o dever e o direito de governar Moçambique é histórica e exclusivamente do partido no poder. Libertar a Renamo e o seu líder dos preconceitos de que ele é o pai da democracia. Porque a democracia é o resultado do processo de transformação sóciopolítica, económica e cultural das sociedades humanas. Libertar o povo moçambicano da prisão psicológica de atitudes antidemocráticas praticadas pelo partido no poder, por causa da independência, alegando ser dono da mesma. Colocar o país e o povo moçambicano numa democracia de desenvolvimento sustentável e equilibrada, onde todos são chamados a intervir, às interpretar as lógicas políticas. Libertar os partidos políticos e seus presidentes dos preconceitos de que fazer política é faltar ao respeito as instituições legalmente instituídas e os órgãos de Estado democraticamente eleitos. Dentro da nossa visão estratégica queremos tornar Moçambique um país onde a democracia é usada ou seja exercida com vista ao desenvolvimento sustentável e equilibrado do país, consolidando a paz rumo ao crescimento político dos actores. Queremos uma oposição que seja alternativa política e governamental. Uma oposição caracterizada por uma cultura de Estado, flexível, bem informada, participativa, planificadora e actuante. Queremos criar um verdadeiro viveiro de aprendizagem para os governantes e deputados do amanhã. Em suma, queremos promover o exercício da real democracia num país vítima de burocracia, corrupção e que padece da pobreza absoluta, do analfabetismo e do HIV/SIDA.
Salomão Muiambo (Notícias, 2006-12-28)
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