O Gabinete Central de Combate à Corrupção de Moçambique (GCCC) ilibou o ministro da Agricultura e o seu antecessor num processo sobre contrabando de madeira, mas anunciou hoje ter encontrado indícios contra duas empresas chinesas.
José Pacheco e o seu antecessor, Tomás Mandlate, vinham sendo investigados pelo GCCC por alegada participação no contrabando de madeira a favor de duas empresas chinesas, depois de terem sido denunciados numa investigação da organização não governamental britânica Agência de Investigação Ambiental (EIA, na sigla em inglês).
Em comunicado divulgado hoje pelos órgãos de comunicação social e a que à Lusa teve acesso, o GCCC diz, sem referir os nomes, que não encontrou provas de envolvimento de Pacheco e Mandlate no contrabando de madeira, mas afirma ter apurado elementos indiciadores contra as empresas chinesas Mozambique First International Development Ltd (Mofid) e Enlian International Investment Corporation in Mozambique Ltd.
"Da investigação resultou, no entanto, existirem indícios fortes de envolvimento das empresas em questão, tanto em atos de contrabando de madeira, como em infrações de natureza administrativa", refere-se na nota de imprensa do GCCC.
"Assim, apurou-se que, entre 2011 e 2012, uma delas exportou cerca de 6.400 metros cúbicos de madeira diversa e a outra exportou, entre 2007 e 2009, cerca de quatro mil metros cúbicos", indica o comunicado.
Uma vez que o contrabando de madeira não é tipificado como crime em Moçambique, as duas empresas serão sujeitas a sanções pecuniárias e administrativas.
Na investigação da EIA, José Pacheco e Tomás Mandlate eram descritos como "facilitadores" no contrabando de madeira e uma gravação oculta mostrou um gestor chinês de uma das empresas suspeitas a referir-se ao atual ministro da Agricultura como "um irmão" .
Tanto José Pacheco como Tomás Mandlate rejeitaram veementemente as acusações de envolvimento no contrabando de madeira logo que a ONG britânica divulgou os resultados do seu trabalho.
Fonte: LUSA - 19.06.2014
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