O Governo moçambicano garantiu ao partido MDM, que dirige o município da Beira, que não pretende dividir a jurisdição da segunda maior cidade do país, noticiou hoje a estatal Agência de Informação de Moçambique (AIM).
A garantia foi pelo vice-ministro da Administração Estatal (MAE), José Tsambe, segundo a AIM, num encontro em data não mencionada com Daviz Simango, edil da Beira e presidente do MDM (Movimento Democrático de Moçambique, terceira maior força partidária do país), que ameaçara mobilizar uma resistência popular contra a medida.
O representante do Estado moçambicano no município da Beira, José António Cuela, tinha anunciado que as autoridades centrais pretendiam proceder a uma nova divisão administrativa da Beira, transferindo vários bairros periféricos do município para um novo distrito, com fundamento em razões económicas, sociais e demográficas.
A intenção de reduzir o território sob jurisdição do município da Beira provocou uma reação contundente por parte do MDM, que lidera o município e manteria, na versão mais extrema da proposta, apenas oito dos 26 bairros que atualmente gere.
O MDM recebeu com estranheza o anúncio do representante do Estado na Beira, assinalando que a medida só poderia avançar mediante aprovação da Assembleia da República e dos órgãos municipais.
O anúncio foi encarado como um balão de ensaio por parte de figuras afetas à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, para avaliar a exequibilidade de um plano de divisão da Beira, com a intenção de dispersar geograficamente o eleitorado da região, que quase sempre votou a favor da oposição.
Fonte: LUSA - 20.06.2014
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