Depois de duas semanas consecutivas sem se reunirem, as delegações do governo e da Renamo, maior partido da oposição, alcançaram, hoje, consensos parciais sobre os termos de referência, o que leva a crer que existe uma luz no fundo do túnel no que diz respeito a esse documento considerado crucial para o fim das hostilidades no centro do País.
As duas partes concordaram, em sede do diálogo, haver a necessidade da cessação imediata das hostilidades e também em haver o encontro ao mais alto nível entre o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que se encontra em parte incerta.
Ademais, eles acordaram o espírito de reconciliação social e cessação de todas as manifestações hostis incluído ao nível da comunicação social.
Contudo, todos esses pontos só poderão ser implementados quando se encerrarem, na totalidade, os termos de referência.
Todavia, ainda constituem pontos de discórdia a exigência da Renamo que consiste na retirada das Forças de Defesa e Segurança (FDS) nos locais de conflito, bem como em relação a integração dos homens da Renamo nas FDS, sendo que o antigo movimento rebelde continua a exigir a paridade na sua constituição.
A Renamo entende que as questões relacionadas com a composição, organização e funcionamento serão discutidas no ponto dois da agenda.
O chefe da delegação da Renamo e deputado na Assembleia da República, o parlamento moçambicano, Saimone Macuiane, disse que os consensos demonstram a existência de um trabalho significativo entre as partes, mas não podemos concluir que houve avanços significativos, porque o essencial ainda não foi concluído.
Macuiane disse, por outro lado, que espera, nos próximos dias, concluir este assunto, de modo a se alcançar a paz no país.
Nós ficamos sem compreender as decisões do governo, porque no dia 9 de Junho havia indicação de que iriamos adoptar os termos de referência, mas hoje ele recuou nalguns pontos que já tínhamos alcançado alguns consensos. O governo recuou sobre aspectos que já eram consensuais.
O chefe da delegação do governo e ministro da agricultura, José Pacheco, lamentou o facto de não haver consensos sobre a desmilitarização da Renamo.
A Renamo entende que este ponto não faz parte dos termos de referência. Ora, faz sentido que os nossos observadores venham observar os pilares fundamentais de todo o processo do diálogo, disse Pacheco.
Pacheco reiterou que a Renamo não se sente confortável com a acção de desmilitarização e desmobilização, por isso, sempre, tenta meter este assunto para o segundo ponto de modo a que os observadores não tenham campo para falar sobre este assunto.
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