segunda-feira, maio 05, 2014

Um desafio à Renamo

Editorial do Mediafax


Um dos argumentos que a Renamo tem apresentado na mesa das negociações com o Governo, exigindo uma paridade nas Forças de Armadas de Defesa de Moçambique, é o de que, nos últimos anos, o executivo de Armando Guebuza foi afastando quaisquer possibilidades de o partido de Afonso Dhlakama ter oficiais das suas forças em posições de relevo no Exército. Para a Renamo, a sua desmilitarização, objectivo central da actual fase do diálogo político, só pode acontecer se este cenário for revertido, cumprindo-se na letra e o espírito o Acordo Geral de Paz (AGP).


Como devemos estar recordados, o AGP obrigou à partilha das chefias dos quatro comandos militares (exército, marinha, força área e logística) por oficiais das antigas FAM (Forcas Armadas de Defesa de Moçambique) e da Renamo. A chefia do Estado Maior General também era partilhada. Por partilha queremos dizer que, num Comando, se o comandante tivesse saído das ex-FAM, o adjunto teria de ser da Renamo e vice-versa. Isso aconteceu nas primeiras duas legislaturas democráticas. Hoje, como explicou Raul Domingos numa entrevista ao semanário Zambeze, apenas o Comandante da Força Aérea é proveniente da Renamo. A maioria dos militares da Renamo, ainda com idade activa, foi passando para a reserva, voltando o Exército a ser dominado por elementos provenientes das antigas FAM que, por razões conhecidas, tem forteproximidade ao partido no poder.

Ora, este (se é este o cenário), é de extrema utilidade, para a compreensão geral, que a Renamo traga a público todas a evidências relacionadas ao seu afastamento,das Forcas de Defesa e egurança, de elementos seus em idade activa, os quais foram substituídos por outros afectos ao partido governamental.


Porque fora a entrevista elucidativa de Raul Domingos, nenhum dirigente da Renamo foi capaz de, serenamente, explicar à opinião pública, os fundamentos para a exigência de paridade para além dos argumentos tautológicos esgrimidos sempre com ameaça de mais violência, deixando sempre no ar a ideia de que a Renamo está exigir mais do que é razoável depois de todas as inesperadas cedências a que o Governo foi obrigado a fazer.(x)

Fonte: Mediafax - 05.05.2014

1 comentário:

Anónimo disse...

So podia ser o Dr Raul Domingo a explicar melhor o senario. Afinal esse ponto é sabido e vem de muito tempo... Asim axo eu k podemos ter esperanca d que aqualquer momento podera havera uma cedencia pelomenos 49.9%, que pode garantir a paz no país.