Está instalado um clima de tensão caraterizado pelo medo e pela insegurança no bairro de Natikiri, no posto administrativo com o mesmo nome, na cidade de Nampula, em resultado de os membros do policiamento comunitário agredirem e assaltarem residências nos períodos diurno e nocturno, segundo a população. A situação atingiu níveis insuportáveis na medida em que os malfeitores ignoram a autoridade da Polícia e ameaçam até os líderes comunitários de mortes.
Na sexta-feira (16), o comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, Alfredo Mussa, manteve um encontro com a comunidade de Natikiri para discutir o problema e encontrar-se possíveis soluções.
Arnaldo Muriane disse, na altura, que quando um cidadão é interpelado na via pública sem documentos de identificação coagido a desembolsar dinheiro. Os cidadãos que não dispõem de fundos são submetidos a pancadarias, facto que inquieta a população. Lino Mawalo acrescentou que quando um morador denuncia um caso de roubo é exigido “refresco” como condição para a detenção do suposto criminoso.
Outro cidadão identificado pelo nome de Jacinto Silva referiu que há cidadãos que transportam, usando motorizadas, diverso material de construção civil roubado nas obras de pessoa singulares nas zonas de expansão mas a corporação afecta ao Posto Policial de Natikiri é inoperante.
“Os agentes da Polícia não fazem nada. Quem manda nesta zona é um membro do policiamento comunitário”, concluiu Lazário João, outro cidadão que esteve presente na reunião.
Devido à desordem instalada, segundo os nossos interlocutores, a chefe do posto administrativo de Natikiri reestruturou o Centro Comunitário de Segurança e indicou algumas pessoas para realizarem o trabalho que antes era reservado aos membros do policiamento comunitário.
“Daqui ninguém me tira. Eu fui indicado para este cargo no período de governação do Presidente Chissano”, palavras de Jorge Luís, citando um tal suposto general da polícia comunitária, que se dirigia à chefe do posto e ao secretário do bairro.
Respondendo a estas e outras inquietações, o comandante provincial da PRM, Alfredo Mussa, disse que o terror semeado pelos membros do policiamento comunitário tem dias contados. A corporação irá, dentro de dias, iniciar o desmantelamento de indivíduos que protagonizam desmandos nas comunidades.
Para o efeito, pediu a colaboração da população na identificação de criminosos porque no seu entender: “A Polícia vai lançar uma rusga contra essas pessoas. Vocês conhecem essas pessoas pois elas são vossos familiares. Por isso, pedimos muita coragem”, concluiu, o comandante advertindo que “dentro de dias vamos ver alguns irmãos e irmãs aqui presentes a levarem comida para a esquadra”.
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