As escoltas militares de viaturas num troço da principal estrada do país só serão desactivadas quando se atingir a "estabilidade e segurança" das pessoas, disse hoje à Lusa o vice-comandante da Polícia.
"O estado precisa garantir a segurança dos transeuntes naquele troço, é o nosso dever assegurar que as pessoas viajem tranquilas", declarou Basílio Monteiro, vice-comandante da Polícia moçambicana, sobre as escoltas na N1, entre Save e Muxúnguè, na província de Sofala, no centro do país e cenário da tensão político-militar dos últimos meses opondo o exército e o principal partido de oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Basílio Monteiro falava em Chimoio, Manica, centro de Moçambique, durante a cerimónia de empossamento do novo comandante provincial da Polícia.
Há um ano, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) ativaram escoltas militares de viaturas num troço de quase 100 quilómetros, após homens armados, alegadamente ligados à Renamo terem atacado e incendiado autocarros, a que se seguiu o pior conflito entre o Governo e o partido da oposição desde o Acordo Geral de Paz, em 1992.
Os ataques no troço abrandaram após a aprovação de emendas na nova Lei Eleitoral, que tinha sido alvo de protestos da Renamo, mas timidamente ressurgiram quando o recenseamento eleitoral do seu líder, Afonso Dhlakama, foi colocado em causa em Abril passado.
Os ataques cessaram a 8 de Maio, dia em que Dhlakama finalmente se recenseou para as eleições gerais, previstas para 15 de Outubro, embora o presidente da Renamo permaneça em parte incerta na serra da Gorongosa, centro do país.
"Quando haver garantias de estabilidade e segurança no troço [as escoltas] serão desactivadas", insistiu Basílio Monteiro.
No troço, duas escolas, Matounga e Guenge (Machanga, Sofala), continuam a abrigar as FDS, que asseguram as escoltas militares de viaturas, mas cerca de 500 alunos estão impedidos de frequentar as aulas devido à ocupação das salas e à tensão militar na região.
Fonte: LUSA - 27.05.2014
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