Editorial do Mediafax
Um dos argumentos que a Renamo tem
apresentado na mesa das negociações com o Governo, exigindo uma paridade nas Forças
de Armadas de Defesa de Moçambique, é o de que, nos últimos anos, o executivo
de Armando Guebuza foi afastando quaisquer possibilidades de o partido de
Afonso Dhlakama ter oficiais das suas forças em posições de relevo no Exército.
Para a Renamo, a sua desmilitarização, objectivo central da actual fase do
diálogo político, só pode acontecer se este cenário for revertido, cumprindo-se
na letra e o espírito o Acordo Geral de Paz (AGP).
Como devemos estar recordados, o AGP
obrigou à partilha das chefias dos quatro comandos militares (exército, marinha,
força área e logística) por oficiais das antigas FAM (Forcas Armadas de Defesa
de Moçambique) e da Renamo. A chefia do Estado Maior General também era
partilhada. Por partilha queremos dizer que, num Comando, se o comandante tivesse
saído das ex-FAM, o adjunto teria de ser da Renamo e vice-versa. Isso aconteceu
nas primeiras duas legislaturas democráticas. Hoje, como explicou Raul Domingos
numa entrevista ao semanário Zambeze, apenas o Comandante da Força Aérea é
proveniente da Renamo. A maioria dos militares da Renamo, ainda com idade
activa, foi passando para a reserva, voltando o Exército a ser dominado por
elementos provenientes das antigas FAM que, por razões conhecidas, tem forteproximidade
ao partido no poder.
Ora, este (se é este o cenário),
é de extrema utilidade, para a compreensão geral, que a Renamo traga a público
todas a evidências relacionadas ao seu afastamento,das Forcas de Defesa e egurança,
de elementos seus em idade activa, os quais foram substituídos por outros
afectos ao partido governamental.
Porque fora a entrevista
elucidativa de Raul Domingos, nenhum dirigente da Renamo foi capaz de,
serenamente, explicar à opinião pública, os fundamentos para a exigência de
paridade para além dos argumentos tautológicos esgrimidos sempre com ameaça de
mais violência, deixando sempre no ar a ideia de que a Renamo está exigir mais
do que é razoável depois de todas as inesperadas cedências a que o Governo foi
obrigado a fazer.(x)
Fonte: Mediafax - 05.05.2014
1 comentário:
So podia ser o Dr Raul Domingo a explicar melhor o senario. Afinal esse ponto é sabido e vem de muito tempo... Asim axo eu k podemos ter esperanca d que aqualquer momento podera havera uma cedencia pelomenos 49.9%, que pode garantir a paz no país.
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