Documentos pessoais do juiz Dinis Sílica, assassinado semana passada na cidade de Maputo, foram achados na manhã de ontem, num terreno baldio, no bairro da Machava Socimol, Município da Matola.
Trata-se de uma carta de condução, Cartão do Número Único de Identificação Tributária (NUIT) e três cartões dos bancos Millenium bim, BCI e Barclays que foram achados por um cidadão, cujo nome não identificámos, que na ocasião transitava pelo local.
Reconhecendo a identidade do titular dos documentos, o referido cidadão terá contactado de imediato alguns agentes da Polícia de Trânsito que se encontravam a trabalhar próximo do local, dando conta da ocorrência.
O passo seguinte foi partilhar o facto com alguns órgãos de comunicação social, incluindo o Notícias.
A nossa equipa de Reportagem deslocou-se ao local e confirmou tratar-se de documentos do malogrado juiz, como ilustra a imagem.
Dinis Francisco Sílica presidia a Secção de Instrução Criminal do Tribunal Judicial até à data do seu assassinato, no cruzamento das avenidas Karl Marx e Marien N’Gouabi, no bairro da Malhangalene, na capital do país.
Na altura do seu assassinato, Silica conduzia uma viatura de marca Hyundai, MMV-22-56, que ficou crivada de balas, tendo as autoridades policiais encontrado no interior da mesma 68 mil dólares norte-americanos e um milhão e 500 mil meticais que, cambiados, ascendem a três milhões e 700 mil meticais.
Por inerência de funções, visto que chefiava a Secção de Instrução Criminal (SIC), tinha na sua posse todos os casos de raptos que vêm sendo investigados e julgados na cidade de Maputo. Em primeira instância, era ele quem decidia sobre quais dos arguidos acusados nos casos de raptos podiam continuar ou não presos, enquanto se aprofundavam as investigações dos processos.
A sua morte brutal continua a criar inquietações no seio da sociedade moçambicana, da magistratura judicial e de órgãos ligados à Polícia.
Fonte: Jornal Notícias - 17.05.2014
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