A Renamo voltou a acusar hoje o Governo de pretender matar o seu líder, Afonso Dhlakama, alegando supostas movimentações militares em Gorongosa, onde está refugiado aquele dirigente político.
A acusação, proferida em conferência de imprensa em Maputo pelo porta-voz da Renamo, António Muchanga, segue-se a desmentidos de membros do Governo moçambicano a declarações na semana passada de Afonso Dhlakama, queixando-se de que o exército não o deixa abandonar o seu refúgio no centro do país, para iniciar a pré-campanha das eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) de 15 de outubro.
Segundo António Muchanga, as forças de defesa e segurança moçambicanas estão a reforçar posições na Serra da Gorongosa, província de Sofala, com o objetivo de executarem um alegado plano de assassínio de Afonso Dhlakama.
"O comportamento do Governo nas várias frentes e a movimentação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique no terreno demonstram claramente que há um plano concreto de queimar tempo no diálogo, enquanto os estrategas militares vão ensaiando opções militares com vista a eliminar ou assassinar o presidente Afonso Dhlakama", enfatizou Muchanga.
O porta-voz da Renamo declarou que o seu partido vai retaliar contra eventuais incursões do exército moçambicano na Serra da Gorongosa, apontando que esse cenário causaria "confrontos militares de maior magnitude".
Afonso Dhlakama refugiou-se na Serra da Gorongosa, na sequência da ocupação pelo exército moçambicano do acampamento em que vivia na região, em outubro passado, no seguimento da tensão política e militar que assola o país desde finais de 2012, devido a divergências em torno da lei eleitoral e da alegada marginalização dos antigos guerrilheiros do movimento no exército.
Apesar de o diferendo em torno da legislação eleitoral ter sido ultrapassado com a aprovação de emendas exigidas pelo principal partido da oposição, a tensão política e militar ainda não foi resolvida, devido a desentendimentos em torno da desmilitarização do braço armado da Renamo e da integração de militares do movimento na hierarquia das forças de defesa e segurança.
Fonte: LUSA - 28.05.2014
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