Nesta quinta-feira (29.05.14), as tropas governamentais moçambicanas foram
atacadas, depois de terem seguido o trilho usado pela brigada que foi recensear
Afonso Dhlakama. Os conflitos entre RENAMO e FRELIMO continuam.
As forças governamentais e homens armados da RENAMO
voltaram a confrontar-se, nesta quinta-feira (29.05), na região de Gorongosa,
na província central de Sofala. Sem avançar números, o porta voz do líder da
RENAMO, António Muchanga, confirmou o ataque e diz ter havido baixas do lado
exército moçambicano.
Para Muchanga, este ato do exército é um claro desejo de
exterminar o líder da RENAMO, Afonso Dhlakama. “Guebuza para ser eleito como
candidato da FRELIMO, disse que uma das coisas que ele tinha como prioridade
era acabar com os mimos que o Presidente Chissano tinha criado para Afonso
Dlhakama.”
António Muchnaga explicou que os ataques desta
quinta-feira foram causados pelo fato de o exército ter seguido os trilos
usados pelas brigadas de recenseamento. A intensão, segundo Muchanga, era
desativar uma base na Casa Banana, a norte de Gorongosa.
“Entraram numa zona onde não deviam entrar. Alguns
elementos comunicaram à RENAMO que estavam a ser obrigados a entrar para irem
atacar. Tomámos conhecimento 48 horas antes. Denunciámos isso 24 horas antes. O
Governo não quis ouvir, foi para lá e ouve confrontos de parte a parte e eles
sairam-se mal”, relata o porta voz do líder da RENAMO.
Falta de garantias
A RENAMO diz que quer a paz mas a atitude do exército não
permite isso. Muchanga diz mesmo que a sociedade civil não deve ficar de longe
perante esta situação para evitar o regresso ao conflito armado.
Em relação aos ataques na região de Muxúnguè, o partido
de Afonso Dlhakama diz ter feito apelos para não usar a coluna militar. António
Muchnaga diz que naquele troço os militares estão a fazer negócio.
"Também através da coluna, aproveitam para vender
balas, vender munições. Há muita candonga [comércio ilícito] de armamento ali
que os militares andam a fazer", declara.
A RENAMO queixa-se ainda de propagandas contra o seu
partido e chega mesmo a falar no envolvimento de interesses estrangeiros para
que haja guerra a fim de pilharem os recursos naturais.
O Governo moçambicano disse há dias que Afonso Dhlakama
deve sair das matas e que garante a sua segurança. No entanto,Muchanga duvida
das intenções do Governo.
“Queremos garantias do que se vai fazer com a segurança
dos quadros da RENAMO. Queremos garantias de que o presidente Dhlakama vai
circular pelo país a fazer campanha como outros. Agora temos de trazer o
presidente Dhlakama para ser preso? Para ser morto? O presidente Dhlakama não
tem três vidas!”, enfatiza o porta-voz do líder da RENAMO.
Afonso Dhlakama está na Gorongosa, desde que as tropas
governamentais atacaram a base de Satunjira, a 17 de outubro de 2013, local
onde se encontrava a viver.
Fonte: Deutsche Welle - 30.05.2014
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