sábado, setembro 26, 2009

A nível da região: Porto de Nacala é o menos poluído

O Porto de Nacala localizado na província de Nampula, foi recentemente considerado pela “BM Trada Certification”, entidade responsável pela certificação internacional dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), como o porto menos poluído da região austral de África.

Para o efeito, o Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN), empresa gestora do complexo ferro-portuário de Nacala e da linha férrea que liga o Porto de Nacala aos países do “hinterland”, recebeu há dias da “BM Trada Certification Limited”, um certificado “ISO 14001”, o qual assegura que o CDN, além de estar preocupado com a obtenção de lucros, também se compromete em gerir de forma saudável o ambiente do espaço onde desenvolve as suas actividades, que se traduz na redução dos derrames de óleos ao mar, maneio seguro de produtos tóxicos (caso de klinquer, adubos e outros), que tem o Porto de Nacala como porta de saída e entrada.
O administrador-delegado do CDN, Fernando Couto, reconheceu que há três anos atrás a empresa que dirige, apenas estava preocupada em fazer dinheiro, pouco se importando com os danos ambientais decorrentes disso.
“Aqui na zona de descarga dos contentores, era o local onde fazíamos a descarga dos óleos e outros combustíveis que provinham das actividades de limpeza das máquinas”, realçou a nossa fonte, acrescentando que hoje, segundo constatámos, as águas do mar apresentam-se limpas.

CERTIFICADO INTERNACIONAL

A atribuição do certificado de gestão ambiental “ISO 14001” faz com que o Porto de Nacala tenha benefícios não só corporativos, como financeiros que vão desde a melhoria do relacionamento com as partes interessadas, até à obtenção de custos reduzidos através do uso responsável dos materiais e práticas ambientalmente sensíveis.
O director do Porto de Nacala, Agostinho Langa, chamou atenção aos clientes para a necessidade de colaborarem com as entidades portuárias, através da percepção da pontualidade de introdução das normas “ISO 14001”.
“Doravante, não permitiremos a entrada e circulação no Porto de Nacala de viaturas não concebidas para realizar as actividades específicas. Se vai carregar combustível deve ser com camião-cisterna, se vai carregar trigo a granel, o meio de carregamento deve apresentar requisitos para o efeito e ponto final”, salientou Langa.
A violação das normas estabelecidas pelo “ISO 14001”, implicará a retirada do certificado, situação que o CDN diz não estar interessado que isso aconteça, supostamente por ter investido muito dinheiro (350 mil dólares), para a sua concessão.
Enquanto isso, outros dados indicam que o Banco Mundial está interessado em financiar a reabilitação da ferrovia, que liga o Porto de Nacala aos países do “hinterland”, casos de Malawi e Zâmbia.
Não foi revelado o montante a ser injectado, sob forma de crédito ao Governo moçambicano, mas foi assegurado que uma missão técnica daquela instituição credora mundial estará em Moçambique nos próximos dias, para estudo de viabilidade.
O troço mais crítico da ferrovia é o que liga as cidades de Cuamba à zona fronteiriça com o Malawi, numa distância de 77 quilómetros.
Segundo Couto, serão necessários entre 25 e 80 milhões de dólares para colocar o troço em referência transitável em todas as épocas do ano.

Fonte: Rádio Mocambique

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