terça-feira, setembro 08, 2009

CNE explica causas das candidaturas rejeitadas

A COMISSÃO Nacional de Eleições (CNE) reúne-se hoje, separadamente, com cada um dos partidos políticos e coligações de partidos que viram as suas candidaturas parcial ou totalmente excluídas da corrida eleitoral de 28 de Outubro. As audiências, solicitadas pelas organizações políticas, visam proceder esclarecimentos pormenorizados sobre as razões que ditaram a tal rejeição.
O anúncio destes encontros foi feito ontem, em Maputo, pelo presidente do órgão eleitoral, Leopoldo da Costa, num encontro com representantes dos proponentes de candidaturas visadas.
Na ocasião, ele explicou terem sido várias as razões que determinaram a medida, frisando que “cada caso é um caso e não ficaria bem estarmos aqui, perante a comunicação social, dizer de forma detalhada as razões que levaram à rejeição das candidaturas de cada um dos partidos aqui presentes”.
Anunciou, a-propósito, que o órgão que dirige receberia hoje cada um dos partidos políticos ou coligações de partidos para tecer as explicações pertinentes, acrescentando ainda que os processos rejeitados se apresentavam feridos de irregularidades profundas, mais do que as formais que a lei prevê o seu suprimento.
Dentre estas, destacou a insuficiência de documentação dos candidatos (como registo criminal, Bilhete de Identidade, etc.); apresentação de listas sem designação do círculo eleitoral a que se propunha a concorrer; listas de candidatos efectivos sem os respectivos suplentes; listas sem observância do número de candidatos efectivos e/ou suplentes; listas nominais sem os processos individuais de cada candidato; candidatos que apresentavam certidões de registo criminal cujo titular apresentava cadastro criminal que não lhe habilitava a concorrer, entre outros problemas. Aclarou que na eleição legislativa, o eleitor elege uma lista e não cada indivíduo constante nela, e que a análise que é feita é no sentido de se preencherem requisitos legais para a constituição dessa lista. Por exemplo, referiu que uma lista que não tem o número exigido por lei para os candidatos efectivos e/ou suplentes deixa de ser elegível e cai.
“Muitos partidos apresentaram esses número na tangente, isto é, uma lista em que deveriam constar 16 efectivos e um mínimo de três suplentes, o proponente apresentou 16 efectivos e três suplentes. Neste caso, se se apurou que um dos efectivos apresentou problemas que o proponente não conseguiu sanar nos cinco dias previsto por lei depois da notificação, a lista cai porque já não reúne o pressuposto legal para ser elegível”, explicou.
Referiu, a este respeito, que nesta fase, a lei já não abre espaço para o proponente incluir um outro candidato que não conste na lista inicial, indicando que este problema foi constatado na maioria das lista apresentadas e que depois vieram a ser rejeitadas.
Segundo o presidente da CNE, o órgão eleitoral “não está aqui para prejudicar ou favorecer quem quer que seja, mas sim para cumprir e fazer cumprir a lei”.
“Vamos trabalhar com cada um dos partidos aqui presentes e, se depois verificarmos que houve erros da nossa parte, iremos corrigir estes erros. Estamos dispostos a corrigi-los, daí este exercício”, disse, respondendo ao secretário-geral do PIMO, Magalhães Ibramugy, que chegou a acusar a CNE de estar, com estes encontros, a fazer manobras de diversão para amainar os ânimos exaltados das organizações cujas candidaturas foram rejeitadas.

PREOCUPAÇÃO DOS PARTIDOS

No encontro com o presidente da CNE, os partidos políticos reconheceram que foram notificados para resolverem alguns problemas detectados nos respectivos processos.
“Por exemplo, o meu partido respondeu a tempo e horas a notificação da CNE, mas ontem (segunda-feira), fiquei surpreendido quando vi que a CNE apenas aceitou cinco das onze candidaturas que submetemos”, afirmou João Massango, secretário-geral do Partido Ecologista.
Pronunciamentos idênticos foram feitos por vários representantes de partidos políticos, alguns dos quais manifestaram dúvidas quanto à lisura do processo, alegando o curto espaço de tempo que a comissão eleitoral teve para analisar candidaturas de 29 partidos políticos e coligações de partidos que apresentaram candidaturas para a maioria, se não a totalidade dos 13 círculos eleitorais da eleição legislativa e 128 da eleição para as assembleias provinciais.
Num outro desenvolvimento, as organizações políticas reconheceram a possibilidade dos processos apresentados apresentarem algumas irregularidades ou erros processuais, mas sublinharam o facto de considerarem estranho o facto de haver partidos que não conseguiram fazer aprovar uma única lista.
“Mais estranho fica quando considerarmos que, por exemplo, para o círculo da Europa e de África, concorreu apenas um candidato. Será que não tivemos capacidade de organizar processo de candidatura de uma pessoa e do respectivo suplente?”, interrogou Martinho Maloa, da União Democrática.
Outros proponentes afirmaram terem recebido notificações para suprirem irregularidades de candidatos cujos nomes não pertenciam às suas listas iniciais. “Fomos notificados para suprir irregularidades de nomes de indivíduos que não conhecíamos. Estranhamos isso e comunicamos à CNE”, disse Manuel Açúner, secretário-geral da coligação UNO.
A Comissão Nacional de Eleições admitiu as candidaturas apresentadas por 17 partidos políticos e duas coligações. São eles o PLD, Ecologistas, Frelimo, Renamo, PAZS, MPD, PARENA, MDM, ALIMO, PT, UDM, PDD, PVM, PANAOC, UM, PRDS e PPD. As coligações aprovadas são ADACD e União Eleitoral.
Destes, apenas a Frelimo e a Renamo concorrem na totalidade dos círculos eleitorais, quer da eleição legislativa, quer do sufrágio provincial.

Fonte: Jornal Notícias
Nota: A minha sugestão é os partidos avancar para o Conselho Constitucional sem perderem o mínimo de tempo. Lá vai-se ver a atitude da nova composicão se é do tamanho de Rui Baltazar.

7 comentários:

Reflectindo disse...

A CNE, na pessoa de Leopoldo da Costa, tem que distribuir a acta e urgentemente aos partidos e não convocar para café a quem quer que seja. É a partir da acta que os partidos avancarão para instância superior que é o Conselho Constitucional.

Anónimo disse...

Gostaria de saber se toda a documentacao apresentada pela Frelimo e Renamo estava em ordem. Penso que a Frelimo se sente ameacada pelo MDM e fez uma 'panelinha' com a Renamo. Porque so agora revelam irregularidades por parte do MDM? Todos queremos saber, em pormenores e detalhes, o que se esta passando de errado. A CNE precisa de ser imediatamente demitida. O jornal Noticias nao apontava para este desfecho, de modo que nao compreendo mesmo como, de repente, as coisas evoluiram rapidamente para esta catastrofe.
Maria Helena

Anónimo disse...

Quando a CNE deliberou contra a participação de todos os candidatos às presidenciais foi aplaudida por todos vocês. Disseram na altura que tornava o trabalho mais fácil.

Quando sairam as primeiras informações (erradas) a dizer que quase todos os Partidos, menos a FRELIMO, a Renamo e o MDM tinham sido exscluidos no todo ou em parte, a CNE foi aplaudida. Algué disse que isso tornava mais fácil a escolha dos cidadãos.

As coisas começaram a mudar quando se soube que o MDM tinha sido excluído de alguns círculos eleitorais. Aí, a CNE de bestial passou a ser besta.

Convido-vos a irem ler os vossos própris comentários aqui e no blogue de Carlos Serra.

Gostaria de saber porque Carlos Serra e Reflectindo não estão dispostos a aceitar que o MDM possa ter cometido as mesmas irregularidades que os outros Partidos.

O que quero saber de vocês (Reflectindo e Carlos Serra) é: UMA IRREGULARIDADE DEIXA DE O SER QUANDO COMETIDA PELO MDM?

Vosso critério de verdade, de rectidão e da correcção é muito paridarizado.

Heitor Jacob

Reflectindo disse...

Heitor Jacob

Já tens respostas que chegam. Estás a confirmar o que desconfiamos.

Reflectindo disse...

Cara Maria Helena

Parece não haver vontade para dizer a verdade e com o perigo de os processos serem queimados.

Nunoamorim disse...

Para o Reflectindo o CC actual so seria igual a do Dr. Rui Baltazar se aprovasse o MDM?

Para não te perderes em argumentos sem sentido sugiro que aguardes pela clarificação da CNE.

Seria rediculo se, depois desse barrulho, descubrisses que o MDM cometeu erros de palmatória.

A CNE não seria tão irresponsável a ponto de tomar uma decisão dessa natureza se não tivesse motivos suficientes para tal.

Recordo que o Dr. Chipanga é docente na faculdade de direiro da UEM, portanto tem dominio suficiente sobre as Leis.

Nuno Amorim

Reflectindo disse...

Claro quem cai no ridículo desde já é Nuno Amorim.

1. Dir-te-ei ou até muitos sabem de que CC estou a falar; de que deliberações são exemplares;

2. Não morro por títulos de alguém, mas pelo que esse alguém faz. Não percebo o que tem haver o ser docente na faculdade de direito com a JUSTICA. Podes explicar isso? Desculpa-me, Amorim, não facas falar dos outros.

3. Não sabes ainda quantas vezes a CNE já foi irresponsável. Uma das irresponsabilidades é o sorteio nas legislativas e presidênciais. Viola o que está na lei e o CC dirigido por Rui Baltazar já tinha alertado isso que era ilegal. Estás a ver como estás a ser MUITO RIDÍCULO?

4. Se houve irregularidades a CNE devia ter as publicado numa acta por escrito. E se nós comecarmos a pensar que a CNE em colaboracão com alguns está a fabricar irregularidades, que dirás?

5. É lamentável que NÃO ESTEJAS A AJUDAR MOCAMBIQUE PARA A CRIACÃO DE PILARES DA JUSTICA, E ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO.