terça-feira, agosto 05, 2014

Governo da Zambézia encontra indícios de crime em naufrágios no centro do país

O Governo da província da Zambézia pediu hoje a responsabilização criminal dos operadores das embarcações naufragadas há um mês, depois de um inquérito das autoridades marítimas indicar negligência.
Dois naufrágios fizeram pelo menos 41 mortos e dezenas de desaparecidos em meados de Junho e princípio de Julho na Zambézia, provocados por "superlotação das embarcações", associada à falta de medidas de segurança e mau tempo.

"Além de acidentes, o relatório do inquérito conclui haver matérias criminais, que deverão seguir seus trâmites nas instâncias respetivas, procuradoria e tribunal", declarou à Lusa Alberto Manharage, diretor provincial dos Transportes e Comunicações da Zambézia.

Três embarcações que fazem a ligação entre a cidade de Quelimane, capital da Zambézia, e o distrito de Chinde, onde aconteceram os naufrágios, disse, foram submetidas a inspecções, de que resultou a recomendação de se corrigir as medidas de segurança a bordo, como o uso de coletes salva-vidas e extintores.

"Os operadores devem rever o sistema de segurança de navegabilidade para se fazerem ao mar com passageiros a bordo. Só depois de cumprirem com a segurança serão autorizados a voltar ao mar", precisou Alberto Manharage.

O Governo voltou a abrir o trânsito fluvial na rota Muari-Dea, mas reforçou a fiscalização das seis paragens intermédias naquela rota, para o controlo da lotação das embarcações e o cumprimento das medidas de segurança.

O controlo será feito por fiscais dos Conselhos Comunitários de Pescas (CCP), em coordenação com o Instituto Nacional da Administração Marítima (INAMAR) de Moçambique.

A 11 de Junho uma embarcação naufragou ao fazer a ligação Muari-Dea, na região de Chinde, matando 21 pessoas, tendo outras 15 desaparecidas. Já a 07 de Julho, um novo naufrágio fez 20 mortos em Muendene, na mesma região de Chinde, e desde então não foi divulgada a atualização dos números.

O Governo admitiu "dificuldades em identificar o número exato das pessoas que estavam a bordo", porque as embarcações recolheram mais passageiros ao longo das paragens intermédias, depois de tem zarpado de Quelimane.

Fonte: LUSA - 05.08.2014

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