O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, indigitou a delegação do governo para, em sede do diálogo político, assinar o documento que vai garantir a cessação das hostilidades no país, porém mesmo assim o encontro acabou num impasse.
O facto foi revelado, hoje à imprensa no fim da 73ª ronda do diálogo politico, pelo chefe da delegação do Governo e ministro da agricultura, José Pacheco.
Sua Exa Armando Guebuza decidiu delegar competências ao chefe da delegação do governo para, com o chefe da delegação da Renamo (Saimone Macuiana), declarar a cessação dos ataques, mas chegados a sala fomos surpreendidos com o facto de eles não estarem munidos de um documento que lhes dá esse poder, disse.
Pacheco explicou no fim do diálogo, que iniciou as 17 horas locais e terminou as por volta das 20, que a falta de uma credencial que delega Macuiana a assinar o documento é que contribuiu para mais um impasse no diálogo que decorre há mais de um ano.
Nós entendemos que é preciso dar oportunidades para que a Renamo se restruture e reúna os requisitos jurídicos necessários para se poder exercer este acto de soberania. É nossa espectativa que isso possa acontecer em tempo útil para que possamos fazer essa declaração, referiu.
Pacheco avançou que o documento que delega Macuiana a assinar a cessação das hostilidades será publicado no Boletim da República.
Sendo um instrumento legal, o documento de passagem que o habilita a exercer esse acto de soberania será publicado no Boletim da República. Tudo que vem no Boletim da República é de acesso ao povo moçambicano, referiu.
Assim, a delegação do governo espera que dentro de dias a Renamo se organize e contacte a delegação do governo para a homologação do documento.
Por seu turno, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, disse que recebeu ordens expressas do seu líder para assinar o documento.
Sua Exa Afonso Dhlakama, na primeira pessoa, e em viva voz conferiu mandato da delegação a assinar o mandato. Todo o mandato que é do domínio público não carece de provas. O presidente da Renamo não falou as escondidas. Falou ao país e ao mundo, delegando a sua delegação para assinar qualquer documento, disse.
Macuiana lembrou que as duas delegações já assinaram vários documentos em sede do diálogo.
Já assinamos vários documentos com o governo. Estamos aqui há mais de um ano e isso constitui prova suficiente que temos este mandato. Nós estamos disponíveis para assinar o cessar-fogo sob a direcção e orientação do líder Afonso Dhlakama.
Fonte: AIM – 22.08.2014
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