O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) instou, esta segunda-feira, o Governo a compensar as vítimas directas e indirectas dos cerca de dois anos da tensão político-militar que “terminou” na noite de domingo, com a declaração de cessar-fogo.
Esta exortação foi feita na Assembleia da República, pelo chefe da bancada daquele partido, no seu discurso de encerramento das sessões ordinárias da VII Legislatura. “Exortamos o governo do dia a encontrar mecanismos para apoiar a normalização de todos aqueles que directamente foram afectados por esta tensão”, disse Lutero Simango.
O MDM considera que a tensão política ora “finda” podia ter sido evitada e solidarizou-se com as vítimas, nomeadamente os órfãos e todos os que perderam os seus familiares. A solidariedade foi extensiva “aos familiares dos militares, policiais, guerrilheiros e outros que, injustificadamente, perderam as suas vidas”.
Aquele partido considera mesmo que as mortes registadas ao longo do último ano e meio, vítimas da tensão militar, foram resultado de uma programação política. “É imperativo nacional que esta tensão termine, efectivamente. Já basta de mortes programadas politicamente”, disse Simango, defendendo o rápido regresso à normalidade.
“O povo precisa da paz, condição necessária para que se efective uma verdadeira reconciliação nacional e se normalize a vida das pessoas, empresas e da nossa economia”.
O MDM defendeu a continuação do diálogo, para que todas as questões sejam efectivamente resolvidas. “Realçamos a nossa posição face a este diálogo, que não deve hipotecar o futuro dos moçambicanos, mas sim devolver a paz e o ambiente em que todos, sem discriminação, participem na vida política e desenvolvimento nacional”, concluiu Simango.
Refira-se que, apesar do acordo de cessar-fogo ter sido assinado e declarado, alguns sectores da sociedade continuam cépticos, na medida em que o desarmamento dos homens armados da Renamo, em particular, ainda não aconteceu.
Recordar que a implementação do acordo de cessar-fogo e dos restantes protocolos assinados no âmbito do diálogo político deverão ser supervisionados por uma equipa de observadores militares internacionais, que deverá chegar em breve ao país.
Fonte: O País online – 27.08.2014
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