Afonso Dhlakama, acusou hoje o exército de se ter aproximado de uma base do movimento no sul do país, considerando a alegada movimentação "uma provocação".
Em declarações à Lusa em Maputo, por telefone, a partir da Serra da Gorongosa, na província de Sofala, onde se refugiou em Outubro do ano passado, Dhlakama disse que recebeu informações de um comandante de uma base que alberga homens armados da Renamo, sobre a deslocação de uma unidade do exército para próximo do acampamento, no distrito de Funhalouro, província de Inhambane.
"Saíram de uma distância de quase 30 quilómetros, indo até lá à nossa base, para chatear, esta manhã. É um incidente, isto acontece, mesmo nos outros países, pode haver um cessar-fogo e não haver boa comunicação", declarou Afonso Dhlakama, referindo-se à assinatura de um acordo de cessar-fogo entre a Renamo e o Governo, no domingo passado.
Qualificando "o incidente" como uma provocação, o líder do principal partido da oposição adiantou que a suposta movimentação do exército em Funhalouro será comunicada ao chefe de Estado, Armando Guebuza, através dos canais que os dois dirigentes têm usado para se contactarem.
"Entrarei em contacto com o Presidente Guebuza, através de um canal que temos usado, para lhe informar que há isto, porque depois eles vão começar a inventar que a Renamo está a violar o cessar-fogo", afirmou Afonso Dhlakama.
A Lusa apurou que as Forças de Defesa e Segurança continuam a escoltar as colunas de viaturas no troço Muxúngue-Save, e mantêm as suas posições na Gorongosa, Sofala, apesar do acordo de cessação das hostilidades, assinado entre o Governo e a Renamo.
"As escoltas mantêm-se duas por dia. Eu questionei hoje os militares se com o acordo não deviam liberar a circulação, mas responderam-me que ainda não receberam ordens para isso", disse à Lusa o pároco de Múxunguè, José Luís.
A circulação no troço Save-Muxúnguè, junto à N1, a única estrada que liga o sul e centro do país, ficou condicionada a escoltas militares, quando eclodiram confrontos no início do ano passado entre o exército e homens armados da Renamo, devido à crise político-militar no país.
"Os carros formaram a bicha como é habitual, e seguiram na coluna de manhã, e esta tarde já foi feita a segunda coluna de viaturas escoltada por militares", disse à Lusa Suleman Ismael, um habitante de Múxunguè.
Já na Gorongosa, o exército mantém as posições militares e, disseram a Lusa os habitantes, continuou a rotina de distribuição de mantimentos no interior do distrito, onde se supõem esteja escondido o líder da Renamo.
O Ministério da Defesa Nacional disse à Lusa que só se pronunciará quando entender que o momento é oportuno.
Falando segunda-feira em conferência de imprensa, o ministro da Defesa, Agostinho Mondlane, disse que o exército vai manter as suas posições nos locais onde decorreram confrontos com os homens armados da Renamo, principalmente no centro do país.
"As Forças Armadas estão em todo lado e em qualquer momento em defesa do povo e em cumprimento das missões que recebem do povo moçambicano", disse Mondlane.
Fonte: LUSA - 26.08.2014
1 comentário:
Parecem fortes mas quando a hora chega vão fugindo todos em debandada e morrem em massa.
Enviar um comentário