sexta-feira, março 04, 2011

Crescimento de Moçambique não é inclusivo

“Entre 2002/2003 e 2008/2009 o crescimento não beneficiou os pobres”

Entre as razões que justificam este cenário negativo, estão o fraco nível de investimento público em infra-estruturas; baixo nível de acesso a serviços financeiros; fraco ambiente de negócios ...
Apesar de registar níveis satisfatórios em comparação com a maior parte dos países da África Sub-sahariana, o crescimento económico de Moçambique tem trazido menos benefícios aos pobres, uma situação que tende a piorar com o tempo. Esta é a conclusão do seminário que teve lugar ontem em Maputo, organizado pelo Movimento dos Estudantes Liberais de Moçambique, com o tema “Os Desafios e Estratégias de Crescimento Económico Inclusivo em Moçambique”.

O seminário teve como principais oradores o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique, Victor Lledó, e o economista Roberto Tibana.

Na óptica de Victor Lledó, o país tem estado a alcançar um crescimento positivo nos últimos 10 a 15 anos, mas ao contrário dos casos de sucesso, em termos de crescimento inclusivo – crescimento com reflexos em todas as camadas da sociedade –, o arranque do crescimento económico nacional não foi acompanhado por uma significativa diversificação económica ou exportadora.

Assim, e com base nos dados estatísticos dos rendimentos familiares, “entre 2002/2003 e 2008/2009, o crescimento não beneficiou os pobres”, sublinhou Ledó.

Ouros aspectos que justificam este cenário negativo, estão relacionados com o fraco nível de investimento público em infra-estruturas (estradas, pontes, energia, etc); baixo nível de acesso a serviços financeiros; fraco ambiente de negócios, entre outros.

Evitar conflitos sociais

“Evitar a desaceleração do crescimento em decorrência de conflitos sociais” é um dos caminhos a considerar para o alcance de um crescimento inclusivo, recomenda Victor Ledó, para quem é importante que haja igualdade de oportunidades e redução de desigualdades, sobretudo de rendimentos e de acesso ao emprego, por parte dos cidadãos.

As manifestações populares de 5 de Fevereiro de 2008 e de 1 e 2 de Setembro do ano passado são exemplos elucidativos da ausência de crescimento inclusivo no nosso país, e sugere-se que, para solucionar o problema, é preciso “implementar redes de protecção social sustentáveis e bem dirigidas e, sobretudo, preservar a estabilidade macroeconómica”.

“Na educação, Moçambique está a criar confusão”

O economista Roberto Tibana, fazendo menção à importância do sector da educação para o crescimento inclusivo, mostrou-se indignado com o actual estágio da qualidade de ensino no país.

Fonte: O País online - 03.03.2011

6 comentários:

V. Dias disse...

Que o diga o meu compadre Fungulamasso.

Zicomo

Abdul Karim disse...

Viriato,

Fungulamasso anda busy,

Esta a rezar, e quando tem horas livres, anda a procura de candidatos para "novos dirigentes".

Hehehehe,

V. Dias disse...

Que os vá buscar no Mutisse. Aqui não há candidatos. Eu pelo menos não o sou. Mesmo que me dessem biliões, jamais aceitaria assumir qualquer cargo no governo da Frelimo. É difícim cuspir para o ar, mas tenho quase a certeza que NÃO.

Zicomo

Anónimo disse...

Quando a Frelimo chegar a conclusão que só a sociedade civil - os excluídos-podem resolver os problemas de desenvolvimento, aí todos deitarao os "cartõezinhos vermelhos na toilette!
A discussão política passará para o patamar, "como temos melhorar o sistema de cobrar impostos", para termos melhores escolas e assistência sanitária.
Porque nessa altura, a pobreza será UMA LENDA!
A Frelimo é que tem de mudar, não é a sociedade civil!Até mudar o símbolo!
São os passos primários para que tudo seja "inclusivo"!

Fungulamasso

Abdul Karim disse...

SIM, Fungulamasso,

A solucao de Mocambique reside na sociedade civil,

Mas provavelmente a sociedade civil ainda nao decidiu emergir, pois caso contrario, ja teriam sido criadas condicoes de "negociacao" com o partido no poder,

Resta ver se o partido no poder, esta realmente interessado na mudanca, pois ai, sera o partido no poder criar espaco para que a sociedade civil, suba a mesa das "negociacoes", e proponha uma Mudanca Harmoniosa,

Mas duvido, que a partido no poder, se tenha tornado tao simpatico, ao ponto de considerar a sociedade civil como solucao pra situacao actual do pais,

Tanto mais que a "renegociacao" dos mega-projectos foi chumbada, a necessidade de melhoria de educacao passa ainda por decisoes politicas que foram discritas como "confusao" pelo Tibana, as PME's continuam sufocadas, e opurtunidades por merito sao ainda uma miragem.

V. Dias disse...

"A sociedade civil em Moçambique, à semelhança de Angola, é ignorante", disse a digníssima professora de Históriq Económica da UP, Profa.Dra. Alda Romão Saúte, nos tempos em que a UP era doce se estudar e antes de eu desistir de lá.

Nessa altura, a profa. Alda não poupava críticas ao sistemas, mas sobretudo a sociedade civil activa, acusando de ser letárgica.

Portanto, concorco plenamente com o Karim, mas para isso é preciso colocar o povo a pensar, é preciso picar o porco que dorme como lhe cahmou, ao povo português, o dr. Almeida Santos. Mas isso vai levar o seu tempo até que os irmãos do Karim nos façam este favor.

Zicomo