terça-feira, março 08, 2011

Polícia desmente apoio dos EUA na investigação de tráfico de armas e drogas no Porto de Maputo

Maputo, 08 mar (Lusa) -- O Comando-Geral da Polícia moçambicana negou hoje ter recebido uma denúncia dos Estados Unidos sobre a presença no Porto de Maputo de alegados contentores com armas e drogas, supostamente destinados à Suazilândia, como foi noticiado pela imprensa moçambicana.

Na segunda-feira, um dos porta-vozes da polícia moçambicana, Raul Freia, acusou a imprensa de ter confundido "utensílios domésticos com armas e drogas", desmentindo notícias sobre tráfico de material bélico através do Porto de Maputo para Suazilândia.

A Suazilândia, cuja capital económica, Manzini, está a duas horas de Maputo, tem sido seguida com muita atenção pelos governos dos países vizinhos por a oposição do país ter convocado protestos para o próximo dia 12 de abril para exigir a deposição do Rei Mswati II e a instauração da democracia multipartidária na nação, a única monarquia absoluta em África.

O diário O País referiu na semana passada que dois contentores com armas e drogas foram apreendidos no Porto de Maputo. Mas o Notícias, diário de maior circulação próximo do Governo, indicou na segunda-feira ter havido uma operação legal de transporte de armas pelo Porto de Maputo para a Suazilândia.

No encontro semanal com a imprensa, Pedro Cossa, também porta-voz no Comando Geral da Polícia, negou que os Estados Unidos, através da sua embaixada em Maputo, colaboraram na averiguação do conteúdo que levantou suspeitas de tráfico de armas e drogas.

"De facto, no comunicado de imprensa que divulgámos no fim de semana, não tem nenhum parágrafo que fala do envolvimento dos Estados Unidos da América. Na prática e no terreno, nós não chegámos a trabalhar com a embaixada dos EUA", disse Pedro Cossa.

O porta-voz reiterou que não passou pelo Porto de Maputo qualquer carregamento de armas com destino à Suazilândia, mantendo a posição da polícia de que se trata de "utensílios domésticos já levantados pelo seu dono" em Maputo.

"Não apanhamos nada, não há nada, aliás sobre isto não volto atrás", enfatizou Pedro Cossa.

Os alegados fornecimentos de armas à monarquia suazi através de Maputo levaram já a Rede de Solidariedade da Suazilândia, uma ONG com sede na África que se opõe a Mswati III, a censurar o Governo moçambicano.

"É uma terrível insensibilidade do Governo de Moçambique ao contribuir para um banho de sangue num país vizinho. Deve haver um embargo de armas contra a Suazilândia até que o país satisfaça as exigências de uma democracia multipartidária", refere a organização.

PMA

Lusa/Fim

Fonte: Notícias Sapo - 08.03.2011

2 comentários:

V. Dias disse...

A Frelimo não aprende mesmo. Aliás, os ditadores todos. Exemplos são apresentados às carradas, mas não aprendem. O pior, "cegos" como Tembe, Mutisse, Queface ignoram isto. É triste. Depois não digam que o povo não sabe ler nem contar. Na hora de mandar embora a Guebuza até enrguem disticos com palavras "RUA GUEBUZA". Alguém se lembra disso?

Zicomo

Anónimo disse...

Concordo consigo, Sr. Viriato, e assino por baixo.
Mais cedo ou mais tarde, esses senhores ditadores que se julgam senhores e donos da nação, serão escorraçados.
Guebuza e outros tantos como ele, que se ponham à tabela.
A procissão ainda vai no adro...
O povo sabe muito bem o que não quer para si.
Maria Helena