Chamo de camaleão a pessoas que mudam de nicks ou pseudónimos para, segundo eles, atrapalhar os leitores. Mas se não mudam da maneira de escrever, do vocabulário que usam, porquê acham que nunca serão reconhecidos?
Eu começo a pensar que o problema deles não está connosco que os identificamos facilmente, mas com a quem querem impressionar. O outro problema deve ser a recusa de fazer um debate sério e responsável, recorrendo ao arremesso de pedras contra os seus críticos.
Mas o objectivo desta postagem não é falar de camaleões, mas de discutir sobre a convicção deles que a partidarização do Estado, da sociedade civil é universal.
Os comentários do BILA (??)
aqui (Reflectindo sobre Moçambique) e
aqui (O País online) querem levar-nos a crer que em todo o mundo, os partidos no poder apoderam-se de tudo.
1. Para ser o mesmo, aqui no Reflectindo, repetiu o que tem vindo a cantar sempre e sobretudo desde 2009, com os seus alvos definidos. Ele compara a demissão de Fernando Mbararano e Manuel Bissopo, e o Director Arnaldo no Município da Beira com a do administrador comercial da mcel, Benjamim Fernandes. Acho muito ridículo, atendendo a diferença dos casos e por um assunto ter sido internamente da Renamo. Aliás, o grande problema deste indivíduo é do Município da Beira não ter caído nas mãos do partidão.
2. No O País, ele coloca a seguinte questão: Conseguem apontar algum secretário de estado republicano, no governo de Obama? Conseguem apontar algum ministro do PSD, no governo de Sócrates? Conseguem encontrar algum vereador que seja da Frelimo ou Renamo, no Município da Beira?
Sabe-se que ele fala de cargos de ministros e equivalentes a ministros. E eu pergunto:
a) alguma vez alguém reclamou que num posto de ministro no governo da Frelimo fosse nomeado alguém da oposição?
b) apesar do “Bila” viver em Nampula, não chegou de saber que Nacala-Porto, quando edil era Manuel dos Santos, havia membros assumidos da Frelimo que eram vareadores (equivantes a ministros no governo central)? O exemplo de Nacala-Porto, o único na altura, deu para perceber que era possível isso. Porém, ninguém pela lei, repito pela lei, exige que um edil nomeie para vereador a pessoas doutros partidos. O mesmo ao se faz ao Presidente da República.
3. Mais adiante, o “BILA” questiona: “... como queriam que Namburete (Renamo) e Mussá (MDM) dirigissem instituições, quando quem está no poder é a Frelimo? Para ele concluir: este governo está para implementar o manifesto da Frelimo e não serão os elementos da oposição a materializá-lo.
a) Com certeza, isto não surpreende a ninguém, porque uma vez já foi dito por Filipe Paúnde. A questão é, como é que os Paúndes querem que todos os moçambicanos participem no desenvolvimento do país se tudo é exclusivo à Frelimo?
b) Porquê negam ser os únicos culpados pelo aumento da pobreza no país?
c) Namburete e Mussá ocupavam postos equivalentes a ministros?
Ajudando ao BILA e os demais pro-partidarização do Estado, sociedade civil, do cidadão e TUDO mais, deixei no O País, o seguinte comentário:
Na Suécia, reitores universitários e de outros estabelecimentos de ensino, PCAs, não o são por ligação partidária e até governadores e embaixadores não têm necessariamente que ser membros do partido no poder. Um exemplo é da Maria Leissner do Partido Popular, FP, (Folkpartiet) na altura na oposição foi nomeada pelo governo dos Social-Democratas, para embaixadora de Nicarágua e depois no Iraque.
Nota: espero que muita gente possa dar exemplos de outros países democráticos.