terça-feira, novembro 23, 2010

Negócio de comboios de passageiros não é rentável

– diz a CDN (Corredor do Desenvolvimento do Norte). Garante que está a perder mensalmente cerca de 15 mil dólares norte-americanos

Nampula (Canalmoz) – O Corredor de Desenvolvimento do Norte (CDN) diz perder mensalmente cerca de quinze mil dólares norte-americanos no negócio por comboio de transporte de passageiros, justificando que a receita não compensa os gastos com as circulações diárias. A informação foi avançada ao Canalmoz por Manuel Macopa, da direcção do CDN Ferrovia, que, entretanto, promete a continuidade da actividade para “não prejudicar a população que usa os comboios de passageiros como meio de transporte”.
“Em 2005 quando o CDN tomou conta da gestão dos CFM, apenas circulava um único comboio e já nos finais de 2007 introduzimos mais um comboio, passando a ser dois. É um comprometimento que temos com a população, porque este é um serviço social”.
O nosso entrevistado clarificou que “uns podem pensar que com aquele todo aglomerado que se vê todos os dias quando o comboio chega e sai, o CDN ganha muito dinheiro, mas não é verdade”.
“Não vamos deixar de prestar serviços. Nós continuamos a fazer e até duplicámos porque sabemos qual é a importância que isto tem para as comunidades”, disse Macopa. Garante que o que o CDN cobra aos passageiros, numa viagem entre Nampula e Cuamba, por exemplo, “nenhum outro transportador vai cobrar isto, porque não vai ter como manter a circulação do autocarro”, disse a propósito da construção da EN8 que liga a cidade de Nampula e a de Cuamba, na província de Niassa. (Aunício da Silva)

Fonte: CanalMoz - 23.11.2010

Reflectindo: com lucros ou não, até em 1977 havia circulação normal de comboios passageiros diários, incluindo automotoras de Nacala a Nampula e vice-versa e sempre em sentidos opostos. Havia também um comboio que circulava no sentido Monapo-Lumbo e vice-versa. Até 2001 eu nunca havia ido para além da cidade de Nampula por aquela linha ferroviária, mas parece-me (não posso precisar) que antes haviam comboios passageiros depois de Cuamba, no ramal Cuamba/Entre-Lagos e Cuamba-Lichinga.  Se não estou em erro, foi a partir 1977 ou quando tarde, 1980, que houve queda desse meio sem nada a ver com a guerra civil. Quero imaginar que um dos grandes problemas que o CDN enfrenta actualmente, é a falta de meios (os próprios comboios e vagões. O número destes meios devem ser muito inferior ao que existia até nos primeiros anos da independência.

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