O arcebispo da Igreja Católica da Diocese da Beira denunciou, ontem, a existência de sectores interessados na instabilidade política e militar em Moçambique, por ser uma situação da qual tiram dividendos e benefícios próprios.
Perante representantes dos partidos políticos, sociedade civil, académicos e religiosos, Dom Cláudio Zuanna falou directo e frontal sobre a actual tensão política em curso no país, tendo deixado saliente que a guerra tem os seus aliados. “A paz em Moçambique tem os seus inimigos, aqueles cujos interesses acabam por ser favorecidos pela guerra”, disse o líder da Igreja Católica na Beira, sem descortinar os alvos.
Num discurso direccionado a críticas à situação política do país, em que de forma recorrente, nos últimos anos, a paz e a estabilidade são apenas intervalos da instabilidade, D. Carlos Zuanna, ainda que de forma não directa, não poupou críticas ao Governo pela “militarização” do país e exortou-o a parar com as importações de material bélico, situação que tem sido revelada pelas redes sociais. “Parar com a aquisição de novas armas e não militarizar o país, espalhando armamento e homens armados pelos quatro cantos” exortou.
A injustiça, intolerância política, a exclusão social e a falta de transparência são os actuais elementos descritos pelo arcebispo Zuanna como factores da instabilidade que mereceram alguns recados ao Governo.
Fonte: O País – 25.02.2016
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