O edil da Beira, do MDM, inaugurou no início do mês três escolas construídas com fundos próprios e de parceiros da edilidade, mas o governo distrital, da FRELIMO, não gostou. Afinal, quem deve inaugurar as salas de aula?
Está instalado um novo braço-de-ferro entre a edilidade e o governo distrital da Beira, na província de Sofala, no centro de Moçambique. A 5 de fevereiro, o edil da Beira, Daviz Simango (do MDM, a terceira força política no país), inaugurou três escolas primárias construídas com fundos próprios e de parceiros da edilidade, e o administrador distrital (da FRELIMO) não gostou.
João Oliveira chamou a imprensa para anular a ação de Simango e anunciar a legítima inauguração.
"O presidente do Conselho Municipal [Daviz Simango] tem o direito de inaugurar tudo menos aquilo que não lhe pertence. No caso concreto, aquelas salas de aula são do Estado e o presidente da edilidade não é Estado", afirmou o administrador. Oliveira apresentou ainda a documentação que autoriza o distrito a realizar as obras naquelas escolas.
Na Beira, a divergência entre o MDM e a FRELIMO dura há mais de dois anos. Desde que o Governo da FRELIMO propôs a redução das fronteiras da segunda maior cidade moçambicana - de 26 para 8 bairros residenciais -, ambas as partes trocam acusações de forma regular.
Edilidade responde
‘A resposta do Conselho Municipal ao administrador distrital não tardou. "Essa papelada que a direção distrital tinha só seria para inviabilizar", para atrasar as obras, disse José Manuel, vereador institucional na Beira.
"Sabemos de antemão que os serviços de educação ainda não estão nas mãos do Conselho Municipal, mas toda a iniciativa foi da comunidade, do secretário, do diretor da escola, junto com o Conselho Municipal da Beira. A direção distrital entrou depois - apenas para formalizar aquilo que iríamos realizar."
Manuel acrescentou que a edilidade realizou as obras no âmbito das responsabilidades sociais do município. Acusou ainda o Governo da FRELIMO no distrito da Beira de castigar os populares dos bairros onde ficam as escolas renovadas, por não simpatizarem com o partido no poder em Moçambique.
Fonte: Deutsche Welle – 16.02.2016
Sem comentários:
Enviar um comentário