O presidente da Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) admitiu hoje à Lusa em Maputo que a organização "não descarta" a hipótese de suspender a atividade no centro do país, caso os ataques armados a veículos continuem.
"Os transportadores vivem uma situação de enorme preocupação, devido à situação grave que se vive no troço Muxúnguè-Save. A FEMATRO não descarta a possibilidade de suspender a atividade naquela via, se a situação não melhorar, porque estão a morrer pessoas e a acumularem-se prejuízos", frisou Castigo Nhamane.
A principal estrada moçambicana voltou a ser palco de ataques armados diários, num percurso de 100 quilómetros, entre o rio Save e Muxúnguè, no centro do país, depois de a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, ter anunciado na segunda-feira da semana passada o fim do cessar-fogo unilateral que havia decretado no início de maio.
Desde então, várias pessoas, incluindo civis, morreram e outras ficaram feridas em incursões atribuídas aos homens armados da Renamo e a confrontos com o exército moçambicano, na região.
Os ataques armados, assinalou o presidente da FEMATRO, organização que agrupa 28 associações de transportadores rodoviários, agravaram os custos de operação, uma vez que a atividade passou a ser condicionada pela circulação em escoltas militares.
Segundo Castigo Nhamane, a subida dos custos está a repercutir-se também nos preços de transporte de carga.
"Continuar é um risco, mas parar também é prejudicial, porque a maioria dos transportadores tem de pagar letras aos bancos pelo crédito que receberam para a compra dos carros", frisou Castigo Nhamane.
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