A primeira ganância, criar colégios. Quem vai a esses colégios? É o povo? Quem vai lá? quem vai lá? A escola deixa de ser a base para o povo tomar o poder. É ou não é? Passa a ser um instrumento de exploração. É ou não é? Não queremos em Moçambique. Não há lugar para exploradores aqui. Preto ou branco não pode explorar o povo. O dever de cada um de nós - dar tudo ao povo, sermos os últimos quando se trata de benefícios, primeiro quando se trata de sacrifício. Isso é que é servir o povo. Servir o povo. Os nossos conhecimentos devem morrer na terra. Os nossos conhecimentos devem ser examinados constantemente pelo povo. Ouviram, camaradas? Ouviram?
Alguns já estão a organizar-se para comprar 10 tractores. Já exploraram a zona onde vão produzir (...). Não há produção individual em Moçambique. Produção colectiva, para colectivamente matarmos a fome, matarmos a miséria no nosso país. Ouviram? Porque esses individualistas são, ao mesmo tempo, instrumentos do imperialismo, não são, eles? Onde vão encontrar dinheiro? Vocês todos são pobres aqui (...). Daqui a três anos nos vamos ver alguns levantar um edifício de 15 andares. Onde arranjou o dinheiro? (...) Se eu levantar um prédio, façam o favor de me perguntarem. Ouviram? Perguntar 'então, camarada Samora, aonde arranjou o dinheiro? Três anos? Três anos de independência! Camarada Samora, então onde está o povo agora? O povo também já tem muitos prédios?' Estão a ouvir?
Temos de combater contra os exploradores do povo, e se pudermos, liquidar ainda no estado embrionário, matar o pintainho no ovo, hem?" Samora Moisés Machel
Fonte: Retirado do Mural de Hélder Xavier
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