terça-feira, setembro 13, 2011

Manuel de Araújo e Maria Moreno são candidatos do MDM às eleições intercalares

Manuel de Araújo e Maria Moreno, deputados da Renamo-União Eleitoral na anterior legislatura, vão concorrer à presidência dos Municípios de Quelimane e Cuamba pela legenda do Movimento Democrático de Moçambique. Para a edilidade de Pemba, o MDM avançou com Assamo Tique, um nome pouco conhecido nos corredores políticos nacionais.
As candidaturas foram anunciadas esta terça-feira pelo Secretário-Geral do MDM, Luís Boavida, numa cerimónia bastante concorrida por militantes do partido no Hotel Flamingo em Quelimane.
As eleições intercalares nas cidades de Quelimane (Zambêzia), Cuamba (Niassa) e Pemba (Cabo Delgado) vão realizar-se próximo dia 27 de dezembro, devendo custar aos cofres do Estado cerca de 27 milhões de Meticais.
O partido Frelimo ainda não anunciou os nomes dos seus candidatos, enquando a Renamo, pela voz do seu líder, Afonso Dhlakama, já veio a público informar que o seu partido não var concorrer por considerar que se trata de “uma fantochada”.

Fonte: Rádio Mocambique - 13.09.2011, foto retirada do O País

2 comentários:

Reflectindo disse...

Hoje sou pobre de tempo e não consigo comentar longamente.

1. Acho uma boa decisão a de Manuel de Araújo se candidatar para edil de Quelimane.

2. Acho uma boa decisão a do MDM apostar em Manuel de Araújo, Maria Moreno e quiçá de Assamo Tique. Nos primeiros candidatos revela levar a sério ao processo eleitoral em Mocambique, já que se tratam de figuras bem conhecidas e com popularidade. Assamo Tique, embora figura menos conhecida entre nós, pode ser um estratega político. Por outro lado, ele tem uma boa idade.

3. Quanto à candidatura independente seja ela de quem for, faz-se geralmente quando a pessoa não tem suporte do seu partido ou seja de algum partido. Tenhamos em conta que Daviz Simango havia sido preterido pela Renamo e isso ajudou-o muito a reunir apoio dos que contestaram o acto. Doutra maneira, era possível que fracasse como foi com as candidaturas de Francisco Masquil, na Beira, Carlos Jeque em Maputo. Portanto, tenho muitas dúvidas que Manuel de Araújo como qualquer outro candidato pudesse ter apoio do eleitorado quelimanense apenas por ser independente. Na minha opinião, o apoio à candidatura de Araújo depende em primeiro lugar do seu perfil e o suporte partidário pode ser a mais valia, uma vez que há os que votam apenas por partido.

4. Acho também ser difícil governar sem suporte de qualquer partido. Na prática, penso eu, Daviz Simango governa na Beira com maior suporte da Renamo. Veja-se que Daviz estava consciente nisso, pelo que durante a sua companha, ele mobilizava também votos para a Renamo. Se Daviz Simango não tivesse suporte da Renamo, tenho dificuldades que ele não teria sido obrigado pela Frelimo a renunciar.

5. Há coisa importante a considerar entre as lideranças de partidos da oposição pode haver qualquer coisa que pareça crispação, mas na base, entre simpatizantes, a situação é outra, pelo menos segundo a minha observção.

6. Uma outra razão é essa dos custos.

7. Penso que o candidato Manuel de Araújo procurará mobilizar apoio da Renamo se esta não apresentar algum candidato como procuraria em caso de uma segunda volta. Ele procurará apoio de quelimanenses membros e simpatizantes de diferentes partidos.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo,achei muito interessante o seu comentário.Pelo que me obrigou a por aqui alguns comentaristas sobre as ideas ( causas) do Partido no Poder. para mim nao restam dúvidas que os candidados do MDM serao os melhores dos melhores que alguma já tivemos na história de Moç.

Obrigado Marvin

Eis os comentários:

Se o objectivo é repudiar o figurino actual dos pleitos eleitorais, e aliás substituí-lo nem que seja à força por um outro figurino alegadamente mais democrático, não faz sentido, do ponto de vista estratégico, participar nos pleitos actuais que à partida sabemos estarem viciados.

Sinceramente não estou a par do pensamento estratégico presente da liderança da Renamo, porque não estou lá no terreno. Mas consultei várias personalidades deste partido, ainda antes do pronuncionamento de Dhlakama, e todos pensam que há armadilha nestas eleições - a Frelimo tem o objectivo de entreter a Renamo neste figurino que ela mesmo repudia, assim adiando ou mesmo evitando as manifestações. Aliás, ninguém na Renamo está com vontade de entrar em quaisquer processos eleitorais com a Frelimo no poder. "Eleições dele não anima", dizem.

Reitero o que afirmei. Se a Renamo não concorrer, Daviz poderá conseguir um ou mais municípios, o que dará impulso às forças da Oposição, que é o mais importante agora.

Não há perigo imediato de a Renamo morrer por agora. Está viva e a recuperar visivelmente do abalo que sofreu em 2008. A Renamo tem uma causa. Um partido com causa sobrevive às crises.


Posted by: José Carlos Cruz | 14/09/2011 at 08:05

É por pensar assim, meu caro Cruz, que o partido Renamo é recordista em tombos. Ignora o passado, nao conjunga o presente com o futuro, so pode perpetuar na oposicao. Oposicao faz-se no Falamento e nao abstendo-se, isto nao ajuda a Renamo, partido que, alias, orgulhosamente, pertenci no passado. Hoje sou INDEPENDENTE.

Zicomo

Posted by: Muna | 13/09/2011 at 19:25

A Renamo concorrer, a Frelimo ganha, a Frelimo é beneficiada. Ou pensa que não vai ganhar?

Pois bem, se não conseguir pôr de pé uma valente fraude à maneira de costume, é porque já está sem capacidade para tanto, o que nesse caso vai beneficiar Daviz, o que é bom para todos que estão na Oposição.

Neste caso, é mesmo melhor que a Renamo não entre na peleja para não se dividirem os votos. Vê? De qualquer dos modos é melhor deixar-se o cão grande de lado e deixar a Frelimo enfrentar os pequenos. Depois há-de se ver.

Posted by: José Carlos Cruz | 13/09/2011 at 19:06