A embaixada dos EUA em Maputo manteve esta segunda-feira que há "evidências suficientes" para considerar o empresário moçambicano Mohamed Bachir Suleman "barão de droga", apesar de a Procuradoria-Geral da República de Moçambique o ter ilibado dessas acusações.
Num comunicado que divulgou na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) moçambicana anunciou não ter encontrado "indícios suficientes" de que Mohamed Bachir Suleman é um narcotraficante.
O Presidente dos EUA, Barack Obama, assinou em junho de 2010 uma lista de pessoas consideradas "narcotraficantes de grande escala", que inclui Mohamed Bachir Suleman, conhecido empresário moçambicano e mecenas do partido no poder, FRELIMO.
Após as acusações, baseadas em informações do Departamento do Tesouro norte-americano, a PGR moçambicana iniciou averiguações, das quais concluiu não haver "indícios suficientes" do envolvimento do empresário com o tráfico de drogas.
No seu relatório, a PGR diz ter encontrado apenas ilícitos de natureza fiscal e aduaneira, que serão encaminhados para a jurisdição apropriada, com vista à respetiva mresponsabilização.
Instada pela Lusa em Maputo a pronunciar-se sobre as conclusões da PGR moçambicana, a Embaixada dos EUA mantém que existem "evidências suficientes para a designação do senhor Bachir como barão de droga".
"Reiteramos a nossa total confiança no processo rigoroso, conduzido por agências múltiplas do governo dos EUA no ano passado, que encontrou evidências suficientes para a designação do senhor Bachir como barão de droga", refere uma nota assinada pelo adido de Imprensa e Cultura da embaixada dos EUA, Tobias Bradford.
No comunicado, a representação diplomática norte-americana diz que as violações fiscais e aduaneiras encontradas nas actividades do grupo empresarial de Mohamed Bachir Suleman "em muitos casos servem como base para investigações de tráfico de estupefacientes e outros" atos ilegais.
"Nos últimos 10 anos, desde que a lei entrou em vigor, não houve nenhum caso de um indivíduo ter sido designado erradamente como um barão de drogas do Nível 1", sublinha a nota de imprensa.
(RM/Lusa)
Fonte: Rádio Mocambique - 06.09.2011
4 comentários:
Nguiliche
PGR fez o que é conveniente, que pode estar longe da realidade. Se fosse suficiente ir a banca apresentar projecto e ter financiamento, sem apresentar garantias, metade dos mocambicanos seriam empresarios. Qual foi a garantia que deu a banca para ter os 32 milhoes de dolares que diz ter visto na construcao de Maputo Shopping? Eu queria apenas 500 mil dolares.
Nguiliche
...visto= ler INVESTIDO
Visto, lido, passa
Zicomo
A pergunta que a embaixada americana faz eu também faço. O que escondia o MBS ao esquivar o scanner? Depois disse ele que era empresário honesto. Uma outra coisa é a afirmacão da PGR que me deixa em dúvida: "não há indícios suficientes...". Eu interpreto isto como que há indícios só que na óptica da PGR não são suficientes. Finalmente, o caso MBS não é o único onde o nosso sistema da justiça não consegue detectar a verdade. Toneladas e toneladas de drogas foram encontradas nos nossos portos, mas sem traficante; Anibalzinho se tira do BO e viaja para longe, mas nunca se diz quem o tira.
O meu país está preso.
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