Moçambique tem um défice de 40 mil salas de aula para o ensino primário para garantir o acesso ao ensino e em óptimas condições a todas as crianças em idade escolar.
Segundo as estimativas do Ministério da Educação (MINED), pouco mais de 200 mil crianças em idade escolar encontram-se fora do sistema nacional de educação.
Rui Fonseca, arquitecto do pelouro, acrescentou que o défice arrasta-se desde 2010.
A nível do ensino secundário, nas zonas rurais e urbanas, o país precisa de 200 salas de aula por ano, para além de mais escolas técnico-profissionais, institutos de formação de professores, bem como universidades e institutos superiores.
Moçambique assumiu o compromisso de alcançar a escolarização universal até 2015 no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM).
Porém, o alcance dessas metas exige a criação de condições adequadas para acomodar o maior número possível de alunos. Assim, a construção de infra-estruturas escolares, particularmente, salas de aula se mostra uma prioridade.
Para responder a esta necessidade, o Governo introduziu, em 2006, o projecto de construção acelerada de salas de aula que previa a construção de 45 mil salas em 10 anos, portanto, até 2016.
Entretanto, este projecto se mostrou ineficaz uma vez que ao fim de cinco anos apenas cinco mil salas de aula foram erguidas e outras centenas ficaram por concluir.
Segundo Fonseca, este projecto se mostrou ineficaz pelo facto de estabelecer tectos financeiros fixos para construção das salas de aula que, por sua vez, eram irrealistas, bem como pelo facto de exigir o envolvimento das comunidades rurais com recurso a materiais desenvolvidos localmente.
“Por causa destes constrangimentos registamos problemas sérios de incumprimento dos prazos, obras de fraca qualidade. Mas já tomamos medidas para resolver estes problemas e os valores envolvidos estão de acordo com os preços de mercado”, explicou a fonte.
Por outro lado, e, para imprimir maior celeridade, o MINED, com a anuência dos parceiros de cooperação, introduziu o modelo de construção de escolas com base em estruturas metálicas.
Trata-se de um modelo que combina a alvenaria ou material convencional e estrutura metálica.
O projecto iniciou em 2010, tendo sido construídas numa fase piloto, escolas nas província de Cabo Delgado e da Zambézia, no norte e centro do país, respectivamente.
Na prossecução do projecto, está em carteira a construção de escolas recorrendo a este modelo nas províncias de Maputo, Manica, Cabo Delgado e Zambézia. Neste momento, decorre o fornecimento do material. O processo deverá ser concluído em Junho, para a seguir iniciarem as obras.
Acredita-se que este modelo de construção possa associar a celeridade na construção das salas de aula com a resistência, sobretudo, em relação a desastres naturais.
(AIM)
FTA/le
Fonte: AIM - 17.11.2012
Sem comentários:
Enviar um comentário