Os rebeldes do M23 no leste do Congo Democrático avançaram para o sul ao longo do Lago Kivu nesta sexta-feira depois de repelirem um contra-ataque das forças do governo perto do novo reduto rebelde na cidade de Goma , na fronteira de Ruanda. Outros seguiram para o norte a partir da junção estratégica de estrada em Sake.
Um correspondente da Reuters disse que os rebeldes estavam no controle de Sake depois de uma batalha na quinta-feira, no primeiro sinal de um contra-ataque do governo após o Exército abandonar Goma na terça-feira para o movimento M23, que amplamente se acredita ser apoiado pelo Ruanda.
A população local e os combatentes contaram que as tropas congolesas e milícias aliadas tinham recuado de Sake, que fica a 27 quilômetros a oeste ao longo do lago de Goma, para Minova, mais 15 quilômetros ao sul ao longo da estrada principal na direcção do próximo objectivo declarado do M23: a cidade de Bukavu, na ponta sul do lago.
Combatentes do grupo, que anunciou que depois de tomar Goma marcharia até a capital, Kinshasa, para derrotar o presidente Joseph Kabila, não encontraram resistência conforme avançavam vários quilômetros ao sul de Sake nesta sexta-feira, disse o correspondente.
Milhares de refugiados dos combates dirigiam-se para Goma, onde as agências humanitárias têm uma presença significativa, juntamente com forças de paz da ONU, que recuaram quando os rebeldes chegaram.
Mushaki, cidade que fica nas montanhas a 20 quilômetros a noroeste de Sake, também sucumbiu aos rebeldes depois de confrontos durante a noite, de acordo com oficiais em Goma que estavam em contacto com a área.
Levantamentos anteriores na República Democrática do Congo, entre eles um liderado pelo pai de Kabila, foram lançados a partir da área, onde uma mistura de fronteiras da era colonial, depósitos minerais ricos e rivalidades étnicas causaram milhões de mortes durante quase duas décadas de turbulência que datam do genocídio de 1994 no Ruanda.
Nos arredores de Sake, tomada pelos rebeldes na quarta-feira, três corpos vestindo uniforme do Exército nacional de Kabila estavam na beira da estrada e os cartuchos estavam atirados ao redor do local.
"Houve intensos combates", disse o pastor Jean Kambale, que rejeitou uma alegação do governo de ter retomado Sake na quinta-feira. "É o M23 que controla a cidade. Eles nunca a perderam."
Os rebeldes tiveram uma recepção mista nas áreas tomadas esta semana. Temendo mais combates, milhares de pessoas, segurando filhos e pertences, seguiam ao lado do lago nesta sexta-feira, caminhando pela estrada em direcção a Goma.
O M23 foi formado em abril por amotinados do Exército que acusaram Kabila de renegar um acordo de paz de um conflito anterior. O movimento diz agora que pretende "libertar" o país inteiro e rejeitou um pedido de nações regionais para sair de Goma.
O conflito aumentou as tensões entre o Congo e a sua pequena, mas militarmente poderosa vizinha Ruanda, que Kinshasa, apoiado por especialistas das Nações Unidas, acusa de apoiar os rebeldes secretamente.
O Ruanda tem uma história de intromissão em conflitos do Congo, que mataram cerca de 5 milhões desde 1998. O presidente, Paul Kagame, nega repetidamente a acusação e culpa as potências mundiais e o Congo de procurar um bode expiatório para o seu fracasso.
Fonte: Rádio Moçambique – 24.11.2012
1 comentário:
Esta experiencia amarga do Congo deve servir d um exemplo para os nossos governantes. No meu entender, a arrongancia dos nossos dirigentes condicionam a motins e vingança. Nao seria bom tratar dirigentes desses movimentos, pessoas sem poderes d retirar um presidente fora da capital para tratar assuntos que o povo sai a ganhar.
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