O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, realizou no domingo um ritual tribal para pedir aos antepassados que o ajudem a manter a liderança do Congresso Nacional Africano (ANC).
Para a cerimónia, Zuma vestiu trajes do seu clã, nkandla (da tribo zulu), cumpriu o ritual das danças, entoou cânticos, queimou incenso e sacrificou 12 vacas. A carne dos animais foi, depois, cozinhada e servida num banquete, relata o jornal The Sun.
Zuma, de 70 anos, disputa a liderança do ANC no congresso do partido que se realiza entre os dias 16 e 20 de Dezembro. Dentro da formação nasceu uma coligação com o objectivo de afastar Zuma, cada vez mais contestado como chefe do partido e como Presidente e sobre quem recaem suspeitas de corrupção. Kgalema Motlanthe, que já esteve na chefia do Estado - entre Setembro de 2008 e Maio de 2009, completando o mandato de Thabo Mbeki - é o seu adversário.
Zuma derrotou Mbeki, que era o chefe de Estado, na eleição para a presidência do ANC em 2007. Mbeki acabaria por se demitir, por pressões de Zuma (de acordo com algumas versões), ou por ter tentado interferir numa investigação judicial cujo suspeito era precisamente Jacob Zuma.
Diz o Sun que, na cerimónia de invocação dos antepassados, os guerreiros zulu rodearam Zuma, dançando, cantando e, de lanças na mão, simularam rituais de caça. A família do Presidente sul-africano esteve presente e entoou uma oração colectiva. Inkosi Zuma, o líder da comunidade de Nkandla, que fica na província de Kwazulu-Natal, ofereceu a Jacob Zuma um escudo e disse-lhe para se proteger com ele do adversário.
Zuma - que é um defensor da preservação dos rituais tribais - convidou personalidades da vida política, empresarial e social para a cerimónia. Os convidados, alguns jornalistas, foram transportados em 15 camionetas. No banquete que se seguiu foram comidas as vacas que, de acordo com o relato da Slate-Africa, foram sacrificadas por fases: oito no dia 23 de Novembro, duas no dia seguinte, as restantes no domingo.
O Presidente sul-africano é polígamo e tem 21 filhos. "Estamos aqui para enviar os nossos antepassados para Mangaung [onde se realiza o congresso]. Depois desta cerimónia temos a certeza de que ele estará protegido e regressará para celebrar [a vitória] connosco", disse um dos participantes, Nomthandazo Zuma, citado pelo jornal sul-africano The Mercury.
À margem deste ritual, os jornais sul-africanos sublinhavam que, apesar de a ala anti-Zuma ser forte e estar a crescer dentro do ANC, é provável que o actual presidente do partido e chefe de Estado vença a eleição de Dezembro.
Fonte: publico.pt in Rádio Mocambique - 27.11.2012
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