O círculo eleitoral da Frelimo na Assembleia da República pela província de Inhambane não conseguiu alcançar a indicação do antigo Primeiro Ministro Aires Ali como membro da Comissão Permanente daquele órgão legislativo.
Aires Ali havia sido eleito para a Assembleia da República através do círculo de Inhambane nas eleições gerais de 2009, mas com a sua indicação para o cargo de Primeiro Ministro viu-se obrigado a suspender o seu mandato.
Porém, com a saída de Cidália Chaúque, recentemente nomeada para a função de Governadora da Província de Nampula, abriu-se uma vacatura, permitindo que Aires Ali possa voltar à Assembleia da República.
Chaúque representava Inhambane na Assembleia da República, onde também tinha lugar na Comissão Permanente.
Embora a indicação de membros para a Comissão Permanente compete à própria Assembleia da República, na Frelimo existe uma prática para que sejam os respectivos círculos eleitorais a proporem os seus representantes.
O impasse obrigou o Primeiro Secretário Provincial da Frelimo em Inhambane, Carlos Maela, a deslocar-se de emergência à sede nacional do partido em Maputo para consultas com os seus líderes mais altos.
Informações colhidas pelo jornal SAVANA indicam que Maela terá apresentado o nome de Ana Rita Sithole como proposta alternativa, mas tal não foi aceite pelas estruturas centrais do partido em Maputo.
Consta ainda que Maela e o seu elenco terão tentado fazer passar o nome de Ana Rita Sithole como candidata de Inhambane à Comissão Política da Frelimo durante o congresso de Pemba, proposta que terá sido igualmente rejeitada.
Sob ameaça de o círculo de Inhambane vir a perder aquele lugar a favor de uma outra província, conseguiu-se chegar a consenso para que o lugar seja preenchido pelo deputado Vicente Dengo.
Outras fontes indicam que a turbulência que se vive nas hostes da Frelimo em Inhambane terá sido provocada pela deputada Sara Mamudo, que inicialmente se opusera à indicação de Abílio Adelaide, o cabeça de lista daquela província, para a ocupação do lugar deixado por Cidália Chaúque.
Terá sido factor de peso para a rejeição de Aires Ali o facto de ele não ser natural de Inhambane e não residir naquela província.
O mesmo factor terá sido determinante para que a província de Inhambane não votasse em Aires Ali para a Comissão Política da Frelimo.
Há um sentimento muito forte entre os membros da Frelimo em Inhambane de que a província não está devidamente representada nos órgãos da cúpula do partido ao nível central, e as convulsões que se registam fazem parte deste movimento reivindicativo.
Divulgação das decisões do congresso a meio gás
As clivagens que se verificam naquela província estão igualmente a serem apontadas como sendo a principal razão para o fraco movimento que caracterizou o início do processo de divulgação das decisões do décimo congresso em Inhambane.
Fontes da Frelimo notam que todos os chefes das brigadas que deveriam pôr em andamento este processo encontram-se em Maputo, onde são deputados da Assembleia da República, actualmente em sessão.
Os chefes das brigadas da província são Ana Rita Sithole, pelo distrito da Massinga; Gildo Muaga, cidade da Maxixe; Sara Mamudo, município de Vilankulo; e Sebastião Dengo, cidade de Inhambane.
Para além da divulgação das decisões de Pemba, consta também que o Primeiro secretário Provincial, Carlos Maela, terá dado ordens aos militantes da Frelimo, e em espacial aos chefes das brigadas, para começarem a procurar novos candidatos do partido a Presidentes dos Conselho Municipais da província, dando a entender que actuais líderes municipais, incluindo Benedito Guimino, eleito este ano nas eleições intercalares para Presidente do município de Inhambane, não serão aposta do elenco da Frelimo naquela província.
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