O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, disse hoje em Luanda que "não faz parte neste momento" dos planos de Angola mandar tropas para a República Democrática do Congo.
Georges Chicoti falava em declarações à imprensa sobre a situação de instabilidade que a vizinha República Democrática do Congo atravessa há já algumas semanas com uma intervenção militar de forças rebeldes do movimento M23.
Os rebeldes do M23 que controlam Goma, no Kivu do Norte, há uma semana, estão em negociações com o Governo de Kinshasa para se retirarem da cidade.
No sábado, em Kampala, decorreu um encontro excecional entre o Presidente Joseph Kabila e o líder do M23, Jean-Marie Runiga Lugerero, no âmbito de uma mediação promovida pelo Presidente ugandês, Yoweri Museveni.
O M23 é integrado por antigos rebeldes que foram incorporados no exército em 2009. Os soldados amotinaram-se em abril, após acusarem Kinshasa de bloquear a aplicação de acordos de paz de 23 de março de 2009, decidindo desde então combater o exército regular na região do Kivu.
Segundo o governante angolano, Angola "prioriza iniciativas políticas, negociadas, como solução" para a resolução do conflito na RDCongo.
"Achamos que não há nem perspetivas, nem condições criadas ou boas para uma situação de conflito. Há possibilidades boas no Congo para se encontrar uma solução pacífica, desde que os países da sub-região - Uganda, Ruanda e o Congo - se entendam", defendeu o ministro das Relações Exteriores de Angola.
Para Georges Chicoti, a solução tomada pelos três chefes de Estado no passado sábado "é a melhor forma de se resolver este conflito".
O ministro sublinhou que Angola não deve encorajar uma intervenção militar, porque existe um "ambiente que permite evoluir para uma situação de paz".
"Os conflitos podem-se saber quando é que começam, mas nunca se sabe quando é que terminam. Agora acho que é uma questão de se consolidar o que se conseguiu propor em termos políticos", referiu, acrescentando que constitui uma "base importante para se estabelecer a paz", se os rebeldes aceitarem o que está proposto e o Presidente Joseph Kabila fizer as concessões solicitadas por eles.
Fonte: Lusa in Notícias Sapo - 27.11.2012
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