O Governo moçambicano deverá adquirir entre cinco a seis helicópteros na Rússia para servir o destacamento aéreo da Presidência da República, apurou o SAVANA de fonte daquele país que possui uma cooperação histórica com Moçambique.
Segundo Denis Manturov, ministro da Indústria e do Comércio, citado pela Voz da Rússia, na edição do passado 5 de Novembro, os helicópteros deverão começar a chegar a Maputo em 2013.
“O mais provável é que na primeira etapa sejam dois helicópteros Ansat, pois os especialistas russos e os seus colegas moçambicanos estão empenhados agora em modernizar estas aeronaves”, frisou a fonte citada pela mesma publicação, sem, no entanto, avançar os montantes envolvidos na operação.
Ministro do Kremlin em Maputo
É preciso recordar que o ministro russo da Indústria e Comércio, Denis Manturov, esteve em Maputo e foi recebido em audiência pelo presidente da República Armando Guebuza, a 05 de Outubro deste ano.
No encontro, o governante russo manifestou a vontade do seu país de auxiliar Moçambique a construir infra-estruturas de valor económico, para melhor aproveitar os ganhos das recentes descobertas de hidrocarbonetos.
Uma fonte da presidência moçambicana garantiu ao SAVANA que terá sido neste encontro que Guebuza e o ministro de Kremlin abordaram o negócio dos helicópteros para o destacamento presidencial.
Aliás, ainda em Maputo e à saída do encontro com Guebuza, o ministro russo revelou igualmente o interesse do seu país de fornecer máquinas de construção de ferrovias, bem como equipamentos tecnológicos variados, incluindo pipelines e helicópteros de diversos tipos e fins.
Contactadas pelo SAVANA, fontes bem posicionadas da Presidência da República desmentiram a informação, explicando que não faria sentido a aquisição de seis helicópteros para a presidência, mesmo que não seja pelos elevados custos envolvidos na manutenção do equipamento, que estaria maior parte do tempo parqueado.
Contudo, uma das hipóteses aventadas seria a afectação das aeronaves ao INGC (Instituto Nacional de Gestão das Calamidades), mas uma fonte desta instituição, embora admitindo o interesse na aquisição de helicópteros, disse não ter conhecimento de nenhum negócio em curso com a Federação Russa.
Presidências Abertas
Actualmente, as controversas presidências abertas de Armando Guebuza são feitas na base de aeronaves alugadas a custos considerados “excessivos” a uma empresa formalmente moçambicana, a Capital Air (também usa o nome da participada Helicópteros Capital) de João Vinagre,ÂÂ mas com a maioria dos seus equipamentos sedeados na África do Sul. A família Vinagre vivia em Moçambique no tempo colonial tendo abandonado o país a seguir à independência para se fixar na África do Sul do apartheid.
Quando confrontado com a utilização excessiva dos hélios de Vinagre, o presidente moçambicano afirmou que a presidência aberta e inclusiva não tem preço, por ser uma escola onde os moçambicanos interagem não só na identificação das melhores soluções para acabar com a pobreza, mas também por constituir um momento de reafirmação das suas convicções e determinações em face deste objectivo comum.
O helicóptero Ansat, uma aeronave multimissão leve, foi desenvolvido na Fábrica de Helicópteros de Kazan, que faz parte do holding Vertolioty Rossii (Helicópteros da Rússia). O seu primeiro vôo foi realizado em 1999. O helicóptero é capaz de transportar cerca de uma tonelada de carga ou nove pessoas.
Segundo especialistas, as maiores vantagens do “Ansat” em comparação com análogos estrangeiros é pilotagem fácil, segurança, ecologicidade e consumo baixo de combustível. Na opinião de peritos, o helicóptero “Ansat” é uma das aeronaves mais adequadas para o mercado africano.
Em alguns círculos de opinião em Moçambique argumenta-se que o Governo devia usar os poucos fundos disponíveis para adquirir meios aéreos para apetrechar a Força Aérea, onde podiam ser utilizadas para acudir situações de calamidades e requisitadas para servir a Presidência da República, como acontece em muitos países.
Fonte: Savana – 16.11.2012
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