Sociólogos que participaram na primeira “Conferência Nacional de Sociologia” consideram que há o perigo de as massas institucionalizarem as manifestações sociais como forma de interagirem com o Estado em reivindicação dos seus direitos...
Apresentando o tema “Protestos Social e Novas Formas de Acção Colectiva: Um olhar às Manifestações Populares das Cidades de Matola e Maputo em 2008 e 2010”, o sociólogo Neto Sequeira discutiu questões como as razões que levam as pessoas a saírem à rua para se manifestarem e ainda por que as manifestações vividas em Moçambique tomaram contornos violentos.
Segundo Sequeira, ao se analisar a situação actual do país, em particular das cidades de Maputo e Matola pode-se notar que nada mudou desde lá até então. E assumindo que as causas das manifestações ainda estão vigentes e, portanto, estas seriam contínuas.
Para o académico, não se pode fazer uma relação directa entre as manifestações e a falta de meios materiais.
O académico considera que a falta de meios materiais é uma condição necessária mas não suficiente para a ocorrência de protestos sociais. E o que desencadeou o carácter violento das manifestações foi o efeito de contágio e percepção da existência de um estado ausente, que não dialoga com o seu povo.
Nesta senda, corre-se o risco de as pessoas institucionalizarem as manifestações sociais como forma de manifestar a sua indignação perante as medidas adoptadas pelo Estado moçambicano...
Fonte: Jornal Notícias – 10.11.2012
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