O pessoal de cabine das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), a maior transportadora nacional, está desde hoje (Domingo) a observar uma greve em protesto contra a não resolução das suas preocupações.
Trata-se de pilotos, tripulação técnica e assistentes de bordo da LAM que está a cumprir uma greve anunciada há mais de dois meses, porque o facto de o Conselho de Administração da companhia não estar a resolver uma série de reivindicações apresentadas há mais de cinco anos.
Alguns trabalhadores que falaram em anonimato por temer represálias dizem que entre as reivindicações sobre aumentos salariais, pagamento de subsídios e por trabalho nocturno, seguro de vida que desde 2005 não é garantido, entre outras regalias.
“Eles dizem que o seguro de vida está garantido, mas não há provas porque há mais de cinco anos não assinamos nenhum documento relacionado. A assinatura devia ser anual, o último grupo que assinou foi em 2005 e não poderemos trabalhar nestas condições”, disse um dos grevistas.
Os trabalhadores dizem que estão “zangados” com a nova direcção porque desde que tomou posse há cerca de um ano, prometeu resolver prontamente os problemas, mas tal não ocorreu.
“Há seis meses fomos recebidos duas vezes pela nova direcção que disse que estava sensibilizada com as nossas preocupações e garantiu que ia resolver prontamente e tal não aconteceu”, contou outro trabalhador.
A carta de aviso de greve deu entrada na direcção da LAM e no Ministério dos Transportes e Comunicações no passado dia 12 do corrente mês. Entretanto, o Ministro do pelouro, Paulo Zucula disse não ter conhecimento e que estava a ouvir o assunto por via da imprensa.
Por sua vez, a administradora Delgada, Marlene Manave, disse estar surpresa com a ameaça de greve, pois os seus problemas têm vindo a ser discutidos regularmente em fóruns próprios.
Manave acrescentou que “o pessoa navegante de cabine é o mais privilegiado da empresa, tanto que já há um aumento salarial aprovado e que entrará em vigor a partir de Janeiro próximo”.
Durante este fim-de-semana, os trabalhadores e a direcção da empresa mantiveram negociações, que fracassaram por falta de consenso entre as partes.
O administrador operacional João Abreu disse que a direcção está disposta a retomar as negociações e promete resolver parte das preocupações até dia 30 sendo que as demais vão sendo satisfeitas até Janeiro próximo.
Entretanto, Abreu disse que a greve é ilegal porque a LAM sendo uma empresa pública deve garantir serviços mínimos, o que não está a acontecer, bem como pelo facto de os grevistas se apresentarem com farda que só deve ser usada em serviço.
Na sequência desta manifestação alguns voos da LAM foram cancelados em todo o país.
Fonte: (RM/AIM) - 18.11.2012
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